O estado de saúde do Papa Francisco permanece "estável", apesar de o seu prognóstico vital permanecer "reservado", anunciou o Vaticano ao final da tarde deste domingo, 17.º dia de hospitalização do pontífice de 88 anos.

"As condições do Santo Padre permaneceram estáveis hoje", segundo o mais recente boletim de saúde, que especifica que o Papa alternou descanso e orações durante este domingo.

O Papa não precisou de ventilação mecânica não invasiva, mas apenas de oxigenoterapia de alto fluxo e não tem febre, acrescenta a mesma nota.

O Papa Francisco, hospitalizado desde 14 de fevereiro por dupla pneumonia, agradeceu hoje aos fiéis de todo o mundo pelas suas orações e pelo seu "carinho", graças aos quais disse sentir-se apoiado.

"As condições do Santo Padre permaneceram estáveis", refere o boletim de saúde publicado ao final da tarde, especificando que "pela complexidade do seu quadro clínico, o prognóstico permanece reservado".

Pela terceira vez consecutiva, Jorge Bergoglio não celebrou em público a tradicional oração semanal do Angelus, que foi publicada em forma de carta aos fiéis.

"Gostaria de agradecer pelas orações que sobem ao Senhor através dos corações de muitos fiéis de várias partes do mundo", escreveu o Papa.

"Sinto todo o carinho e proximidade de vós e, neste momento particular, sinto-me 'levado' e apoiado por todo o povo de Deus. Obrigado a todos!", acrescentou.

Pela manhã, pela segunda vez desde o seu internamento, recebeu também a visita do seu secretário de Estado, o cardeal italiano Pietro Parolin, e de Edgar Peña Parra, respetivamente n.º 2 e n.º 3 da Santa Sé.

Francisco enfrentou na sexta-feira passada uma "crise respiratória preocupante", que "aparentemente no momento não leva a consequências adicionais", tranquilizar hoje uma fonte do Vaticano, citada pela agência noticiosa AFP.

Este súbito agravamento do seu estado respiratório não deixou de reavivar as preocupações dos fiéis, que acompanham os boletins sobre a saúde do Papa publicados todas as noites há mais de duas semanas.

Hoje, na sua carta dominical, o Papa também agradece à equipe médica do Hospital Gemelli, instalação nos arredores de Roma onde está a ser tratado, "pela atenção com que cuidam" dele.

O líder de mais de 1,4 mil milhões de católicos concluiu a missiva afirmando: "Também eu rezo por vós. E rezo sobretudo pela paz!".

A hospitalização do soberano pontífice ocorre depois de este já ter sido debilitado por uma série de problemas nos últimos anos, entre elas operações de cólon e abdominais e dificuldades de mobilidade que o levaram a ser transportado em cadeira de rodas.

As preocupações com a sua saúde estão a levantar entre a Igreja questões sobre sua capacidade de assumir as funções de Papa e já existem conjeturas sobre uma possível renúncia de Francisco.

O direito canónico não prevê nenhuma disposição em caso de problema grave que altere a lucidez de alguém.

O Papa sempre insistiu em manter um ritmo frenético no Vaticano apesar dos avisos dos seus médicos por nos últimos anos ter apresentado uma saúde frágil, debilitada por repetidos alertas.

Segundo os médicos, o Papa tem excesso de peso e também sofre de dores nos joelhos que o obrigam a usar cadeira de rodas desde 2022.

Aos 21 anos, Jorge Bergoglio quase morreu de pleurisia e o lobo superior do seu pulmão direito teve de ser removido.