
Pedro Nuno Santos terá sido ouvido na passada sexta-feira pelo Ministério Público no âmbito da averiguação preventiva à compra de dois imóveis, um em Lisboa e outro em Montemor-o-Novo.
Esta investigação preventiva partiu de uma denúncia anónima enviada recentemente à Procuradoria-Geral da República (PGR), mas o caso remonta a novembro de 2023, quando uma investigação da revista Sábado abordou a suspeita de terem sido usados fundos para financiar a compra dos imóveis.
O caso voltou a ser falado na campanha, levando o socialista a publicar toda a documentação sobre casas no site da campanha - que já não está disponível - incluindo escrituras, contratos, cadernetas prediais ou notificações sobre IMI, sob o lema “quem não deve não teme”.
A SIC sabe que o líder demissionário do PS foi chamado a prestar declarações na última sexta-feira. Esta manhã, Pedro Nuno Santos não quis confirmar aos jornalistas se compareceu à inquirição.
Duas casas no centro da investigação
Um dos imóveis, contou à data a revista, foi adquirido em 2018 em regime de copropriedade com a mulher de Pedro Nuno Santos no valor de 740 mil euros. Parte deste valor foi paga a pronto pela mulher do líder socialista - informação, aliás, confirmada por Pedro Nuno Santos à Sábado - , e o restante 450 mil euros financiado através de um crédito bancário, que terá sido liquidado pouco tempo depois.
A aquisição do outro imóvel, na zona de Montemor-o-Novo, ocorreu em fevereiro de 2022. Trata-se, segundo a Sábado, de um imóvel com piscina, num terreno com cerca de 2,2 hectares, cuja compra terá rondado os 570 mil euros. A compra foi financiada através de um crédito da Caixa Geral de Depósitos (CGD) no valor de 455 mil euros (455.950 euros), e o restante com capitais próprios de Pedro Nuno Santos e da sua mulher.
No trabalho de investigação, a revista Sábado estabelecia ainda uma relação entre a compra deste terreno e a localização decidida pelo socialista, à data ministro das Infraestruturas, para o novo aeroporto.