A farmacêutica norte-americana Pfizer decidiu pôr fim ao desenvolvimento de um medicamento, de toma diária, para tratar a obesidade.

A decisão de suspender a produção acontece antes da maior e mais dispendiosa fase de testagem clínica do fármaco, o Danuglipron.

A Pfizer explica que suspendeu a produção depois de um dos participantes dos ensaios clínicos ter sofrido uma lesão no fígado potencialmente causada pela toma do medicamento, lesão essa que desapareceu assim que a pessoa interrompeu o tratamento.

O Danuglipron, que foi apresentado como uma alternativa para os atuais fármacos contra a obesidade - administrados através de injeções semanais -, estava numa fase inicial de testagem, com os investigadores ainda a tentarem apurar a dosagem mais adequada para os pacientes, revela uma porta-voz da Pfizer, citada pela Associated Press.

Versão inicial do Danuglipron também foi descartada

No ano passado, a farmacêutica americana anunciou que ia desenvolver uma nova versão do Danuglipron, depois de descartar uma primeira que envolvia a toma bidiária. Na altura, a maioria dos participantes do estudo desistiram devido às elevadas taxas de efeitos secundários, como náuseas e vómitos.

Jose A. Bernat Bacete/GettyImages

Anteriormente, a Pfizer tinha já também descartado outro medicamento de toma diária, o Lotiglipron, por questões de segurança, uma vez que aumentou os níveis de enzimas hepáticas em alguns pacientes.

Segundo a agência Reuters, os analistas acreditam que, em 2030, o mercado de medicamentos para a perda de peso valha anualmente mais de 150 mil milhões de dólares (cerca de 132 mil milhões de euros).