
O Município do Porto Santo, no âmbito da Reserva da Biosfera, lançou a campanha “SOS Palmeiras: Protege a tua ilha, combate o escaravelho!”, com o objectivo de combater a praga que ameaça as palmeiras que são imagem de marca da "ilha dourada".
A paisagem do Porto Santo, marcada pela sua beleza natural e pela silhueta distinta das palmeiras das canárias (Phoenix canariensis Chabaud), enfrenta uma séria ameaça. O escaravelho vermelho da palmeira (Rhynchophorus ferrugineus), uma praga invasora e altamente destrutiva, tem vindo a comprometer severamente este património natural e cultural Município do Porto Santo
A iniciativa visa "mobilizar a comunidade e as entidades locais para uma resposta coletiva e eficaz face à ameaça do escaravelho vermelho da palmeira", explica uma nota remetida pelo executivo porto-santense às redacções.
Nesta linha e "em resposta às recomendações da equipa de investigadores do Centro de Ecologia Aplicada Baeta Neves (CEABN-InBIO) do Instituto Superior de Agronomia (ISA), e na sequência de uma inspeção realizada pelo Instituto das Florestas e Conservação da Natureza (IFCN)", o Município do Porto Santo já adquiriu 200 armadilhas e 600 atractivos específicos para o combate à praga.
"A maioria destas armadilhas foi construída pelos colaboradores do Parque de Materiais da autarquia, dando nova vida a baldes reutilizados, gentilmente cedidos pela ARM", refere a mesma nota. "Esta abordagem sustentável permitiu não só reduzir desperdícios, como também reforçar o compromisso ambiental do Município, ao integrar práticas de economia circular na luta contra a praga", sublinha a autarquia.
É ainda referido que estas armadilhas têm vindo a ser distribuídas gratuitamente à comunidade. Neste momento já foram entregues mais de 120 armadilhas e cerca de 50 participantes activos, "entre residentes, instituições públicas e empresas privadas", indica o executivo,
"Cada participante é responsável por monitorizar semanalmente as armadilhas, recolher os escaravelhos capturados e registar os dados através de um formulário digital, permitindo à autarquia e às entidades técnicas acompanhar em tempo real a evolução da praga e delinear estratégias mais eficazes de controlo", explica a entidade.
Para a Gestora da Reserva da Biosfera, Licínia Soares, esta é uma prioridade incontornável. “Esta é uma luta que exige o envolvimento de todos. Para além do abate inevitável das palmeiras já afetadas, estamos empenhados na sua substituição, não só por novas palmeiras saudáveis, mas também por espécies mais resilientes e adaptadas ao contexto insular. O nosso objetivo é preservar a identidade paisagística do Porto Santo, garantindo que as nossas zonas verdes continuem a reflectir a beleza e o valor ecológico que caracterizam a nossa ilha", sublinha.
"As palmeiras têm um papel crucial no ecossistema da ilha, não só pela sua beleza cénica e valor simbólico, mas também pela sua importância na biodiversidade, na protecção dos solos e na definição da identidade visual do território", destaca a mesma nota.
A campanha “SOS Palmeiras” continua activa, pelo que o município apela à participação da comunidade para o seu sucesso.
"O envolvimento dos cidadãos porto-santenses tem sido exemplar, demonstrando que, com colaboração e consciência ambiental, é possível proteger os recursos que definem o carácter único desta ilha, uma Reserva da Biosfera da UNESCO", conclui a entidade.