![Presidente iraniano acusa Trump de querer colocar país](https://homepagept.web.sapo.io/assets/img/blank.png)
Durante um discurso para assinalar o 46.º aniversário da revolução que derrubou a monarquia Pahlavi no Teerão, esta segunda-feira o Presidente iraniano acusou o Presidente norte-americano de querer colocar o país de rastos.
"Trump diz 'queremos falar (com o Irão) ', e assina num memorando conspirações para pôr a nossa Revolução de rastos", disse Pezeshkian à multidão reunida em Teerão.
O chefe de Estado iraniano referia-se a um texto assinado na terça-feira por Trump, que prevê novas sanções contra Teerão, sobretudo contra o setor petrolífero.
"Não estamos à procura da guerra", disse Pezeshkian, admitindo, no entanto, que o seu país "nunca se curvará... A América pensa que pode colocar o Irão de joelhos criando divisões entre os componentes da nação iraniana"
Desde a semana passada, Donald Trump, adotou a política designada como "pressão máxima" sobre Teerão, que já tinha sido aplicada durante o seu primeiro mandato, com o objetivo de impedir que o país persa adquira uma arma nuclear e de forma a limitar as exportações de petróleo.
O Presidente dos Estados Unidos disse estar a assinar o documento porque "o mundo inteiro quer" e garantiu esperar não ter de o usar. Trump indicou que está disposto a negociar com Teerão e até mesmo a conversar com o Presidente iraniano, Masud Pezeshkian.
Desde que o republicano impôs esta política pela primeira vez (2017-2020) e abandonou o pacto nuclear (de 2015, que limitava o programa nuclear do país em troca do levantamento das sanções), o Irão enriqueceu urânio muito além do nível permitido e agora possui 182,3 quilos enriquecidos com 60% de pureza, perto de 90% usados para fins militares, de acordo com a Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA)
Os iranianos celebram esta segunda-feira o 46º aniversário da vitória da República Islâmica, marchando pelas ruas de Teerão e por todo o país, enquanto gritam 'slogans' antiamericanos e anti-israelitas. Muitas vezes em grupos familiares, os iranianos transportam bandeiras com as cores verde, branca e vermelha e de grupos pró-iranianos, incluindo o Hezbollah no Líbano, bem como retratos do líder supremo, o 'ayatollah' Ali Khamenei. Nas ruas de Teerão, estavam também expostas réplicas de mísseis de fabrico iraniano e outros equipamentos militares. As celebrações, que assinalam a queda da monarquia Pahlavi, começam todos os anos a 31 de janeiro, aniversário do regresso do 'ayatollah' Ruhollah Khomeini a Teerão, em 1979, vindo do exílio em Paris.
Nos últimos dias, muitos responsáveis da República Islâmica instaram a nação a participar em grande número nas celebrações, após o regresso ao poder de Donald Trump.