É o homem que vem substituir o octogenário senador do Kentucky, Mitch McConnell, que esteve à frente do Senado norte-americano durante 17 anos - e cujo estado de saúde, nos últimos meses, tinha começado a gerar preocupações. Duas décadas mais novo, John Thune promete, contudo, manter alguma da ala mais tradicional republicana satisfeita.

A eleição de John Thune é vista como uma escolha que favorece esta ala do Partido Republicano - em oposição àquele que era o adversário de Thune na corrida à liderança do Senado, o senador da Florida, Rick Scott (defendido por alguns dos nomes mais “fora da caixa” entre a equipa de Trump, como Elon Musk e Vivek Ramaswamy).

Com 63 anos, o representante do estado da Dakota do Sul é já um homem experiente no Senado, onde está desde 2005.

Do basquetebol para a política

Uma antiga estrela do basquetebol universitário, é formado em administração empresarial, tendo começado a carreira política em 1996, quando entrou na corrida para o único lugar da Dakota do Sul na Câmara dos Representantes dos EUA.

É conhecido pelas posições pró-Israel, mas, ao mesmo tempo, também a favor da ajuda militar à Ucrânia.

A complexa relação com Trump

No que toca às relações com o (não tão) novo presidente eleito, são também complexas. John Thune foi uma das vozes republicanas que se levantaram contra Donald Trump, em 2020, quando contestou os resultados das eleições que o candidato republicano perdeu para Joe Biden. Thune defendeu que deviam parar com os esforços para pôr em causa os resultados eleitorais. Trump respondeu atacando-o no Twitter.

Os dois tinham já uma história complicada, com Thune a ter defendido a desistência de Trump da corrida à presidência logo na primeira candidatura deste, em 2016, quando vieram a público as declarações do então candidato a gabar-se de “agarrar mulheres pelos genitais”.

A relação entre ambos tem, no entanto, sofrido mudanças, desde então. Já em março deste ano, de acordo com a CNN Internacional, os dois encontraram-se na casa privada de Donald Trump, em Mar-a-Lago. E, recentemente, John Thune tem apelado aos republicanos para que apoiem a agenda de Trump – nomeadamente, os planos para atacar a imigração, reduzir impostos e aumentar a produção energética dos Estados Unidos da América.

Esta quarta-feira, John Thune, já eleito, veio prometer ser um “líder que serve todos os republicanos” e trabalhar para tornar a América próspera outra vez".

John Thune vai assumir, oficialmente, o cargo de líder da maioria republicana do Senado no dia 3 de janeiro do próximo ano.