
Estas 185 ocorrências juntam-se às 8.600 situações registadas nos últimos dois dias, mais precisamente entre as 00:00 de quarta-feira e as 22:00 de quinta-feira, relacionadas com as condições meteorológicas adversas devido à passagem da depressão Martinho, com chuva, vento e agitação marítima fortes.
"Hoje é um dia muito mais calmo, apesar de continuarmos numa situação de alerta", disse à Lusa fonte da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), reforçando que os avisos do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) relacionados com o mau tempo em Portugal continental se prologam até às 24:00 de sábado.
Assim, a ANEPC mantém, até ao final do dia de sábado, todos os agentes de proteção civil "em alerta de nível amarelo", o menos grave de uma escala de três, "face à ocorrência desta meteorologia adversa", ressalvando que está em contacto, diariamente, com o IPMA e também com a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) relativamente à monitorização das bacias hidrográficas dos diferentes rios do país.
"Esta situação pode ter uma evolução ou não, dependendo também destes contactos permanentes que são feitos", advertiu fonte da ANEPC.
Relativamente às 185 ocorrências registadas hoje, entre as 00:00 e as 12:00, a Proteção Civil adiantou que a maioria é relativa a queda de árvores, com 104 situações, seguindo-se limpeza de vias (27), referindo que não há registo significativo de inundações.
Num anterior balanço relativo ao dia de hoje, entre as 00:00 e as 06:00, a ANEPC contabilizou 23 ocorrências relacionadas com a passagem da depressão Martinho, o que contrasta com a noite anterior, com milhares de situações.
Em resultado do mau tempo, perto de 1.000 clientes fornecidos pela E-Redes - Distribuição de Eletricidade estavam, pelas 12:30 de hoje, sem energia devido aos efeitos do mau tempo, revelou a empresa, prevendo a reposição integral do serviço até às 18:00.
Entre os feridos associados à passagem da depressão Martinho, destaca-se uma mulher, "com cerca de 30 anos", que na quarta-feira foi atingida por uma árvore na Lagoa Azul, em Sintra, no distrito de Lisboa, e que se mantém hoje internada com "prognóstico muito reservado", informou à Lusa fonte da autarquia.
A passagem da depressão Martinho, com chuva, vento e agitação marítima fortes, provocou milhares de ocorrências no continente português, na maioria quedas de árvores e estruturas, sobretudo na madrugada de quinta-feira, quando vigoraram avisos meteorológicos laranja, o segundo nível mais grave.
Estradas, portos, linhas ferroviárias, espaços públicos, habitações, equipamentos desportivos, viaturas e serviços de energia e água foram afetados, em especial nas regiões de Lisboa e Vale do Tejo, Centro e Sul, registando-se um ferido grave e perto de uma dezena de feridos ligeiros.
Na noite de quarta para quinta-feira, os ventos fortes ajudaram a propagar cerca de meia centena de incêndios rurais no Minho, sem registo de vítimas ou danos em habitações, numa época pouco propícia a fogos.
O cenário de chuva e ventos fortes vai manter-se até sábado, segundo as autoridades.
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