
O vice-presidente norte-americano pediu, esta terça-feira, que a Europa seja mais independente dos Estados Unidos em termos de segurança e comércio, ressalvando que continua a ser uma aliada de Washington.
"Nós consideramos a Europa nossa aliada. Nós queremos simplesmente uma aliança em que os europeus sejam um pouco mais independentes e as nossas relações de segurança e comércio vão refletir isso", afirmou J.D. Vance ao portal de notícias britânico UnHerd.
"Não é bom para a Europa, e não é do interesse dos norte-americanos que a Europa seja uma vassala permanente dos Estados Unidos em termos de segurança", argumentou.
Trump pede à Europa para gastar mais dinheiro com a defesa
Desde que regressou à Casa Branca, o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, tem pedido aos europeus para gastarem mais dinheiro com a sua própria defesa e teceu duras críticas à União Europeia (UE), que acusou de adotar uma política comercial injusta em relação aos Estados Unidos.
J.D.Vance criticou repetidamente os líderes europeus, dizendo no seu discurso em Munique, em fevereiro passado, que não estavam a lutar suficientemente contra as migrações e que a liberdade de expressão estava ameaçada na Europa.
"A realidade é que - é brutal dizê-lo, mas é verdade - toda a infraestrutura de segurança europeia foi, desde o meu nascimento, subsidiada pelos Estados Unidos da América", alegou Vance nesta entrevista ao portal de notícias britânico.
Com exceção da França, do Reino Unido e da Polónia, disse, "a maioria dos Estados europeus não tem um exército capaz de garantir uma defesa razoável".
No início de março, chocou os europeus ao dizer que, para a Ucrânia, concluir um acordo económico com os Estados Unidos seria "uma melhor garantia de segurança do que 20 mil soldados de qualquer país que não tenha travado uma guerra durante 30 ou 40 anos".
"Não creio que uma Europa mais independente seja algo mau para os Estados Unidos", insistiu, acreditando que, no passado, uma Europa mais forte poderia ter evitado "o desastre estratégico" da guerra lançada no Iraque em 2003 por uma coligação liderada pelos EUA.
Referindo-se às negociações entre Londres e Washington para concluir um acordo económico bilateral, Vance disse que tinham "uma boa hipótese" de resultar "num excelente acordo que servirá os melhores interesses de ambos os países".