Autodenominava-se como a "Rainha do Lixo" e foi agora condenada a seis anos de prisão naquele que é considerado como um dos maiores casos de crimes ambientais na Suécia. Fariba Vancor, antes conhecida como Bella Nilsson, foi declarada culpada de 19 acusações de “crime ambiental agravado”.

Em causa estão despejos ou enterros ilegais de cerca de 200 mil toneladas de resíduos tóxicos em vários locais de Estocolmo, feitos pela sua empresa de gestão de resíduos “Think Pink” entre 2015 e 2020.

Em diversas situações, a Think Pink foi contratada por municípios, construtores e até particulares para descartar diversos resíduos como materiais de construção, eletrónicos, metais, plásticos, madeira, pneus e brinquedos.

No entanto, de acordo com a BBC, que cita os documentos judiciais, em vez do processo ser feito de forma legal, a empresa enterrou ou despejou em propriedades agrícolas. Dizem os procuradores que a empresa “não tinha intenção ou capacidade de lidar [com os resíduos] de acordo com a legislação ambiental”.

Vancor diz que empresa sempre "seguiu a lei"

Foi descoberto que os resíduos descartados pela empresa continham substâncias nocivas para a saúde, entre elas arsénio, chumbo e mercúrio. Houve até casos em que as pilhas de lixo da empresa queimaram durante dois meses após combustão espontânea. Uma das situações aconteceu perto de uma reserva natural.

Os arguidos negaram qualquer irregularidade e Fariba Vancor insistiu que a empresa sempre “seguiu a lei” e que qualquer irregularidade aconteceu por engano. Além da “rainha do lixo”, mais nove pessoas foram condenadas, cinco delas a penas de prisão, que variam entre os dois e os seis anos.

Foram ainda obrigados a pagar milhões para financiar as operações de limpeza. Apenas Leif-Ivan Karlsson, uma figura televisiva que trabalhava na no marketing da empresa, foi absolvido.