
Há 20 anos, Vera Silva trocou a carreira de professora e investigadora no Instituto Superior de Engenharia do Porto por um doutoramento no Reino Unido com Goran Strbac, um dos nomes mais respeitados do mundo na área dos sistemas elétricos. Estava por descobrir a melhor forma de adaptar a rede elétrica, alimentada desde sempre a gás e carvão, às oscilações do Sol e do vento.
"A variabilidade é muito maior porque o vento e o Sol aumentam e reduzem constantemente", explica Goran Strbac, professor catedrático no Imperial College: "Portanto temos de analisar a procura e a oferta segundo a segundo, o tempo todo. O trabalho dela foi muito precoce nessa fase."
Vera Silva tem o nome na história desta revolução na rede elétrica, a maior e mais complexa estrutura construída pela humanidade. Uma revolução invisível, com grande impacto no futuro do planeta e em quase tudo o que fazemos diariamente.
Depois de duas décadas de investigação em que ajudou a definir as políticas europeias de transição energética, num percurso fulgurante no Imperial College, em Londres, e na EDF, o serviço público de eletricidade francês, Vera Silva lidera hoje uma equipa de mais de 5 mil engenheiros em mais de uma centena de países.
A engenheira portuguesa define caminhos no braço verde da General Electric, a multinacional norte americana fundada por Thomas Edison em 1878. Um ano antes de inventar a lâmpada incandescente e dar início à eletrificação do planeta.
O fascínio pela eletricidade nasceu num passeio à barragem do Carrapatelo, no Douro. O avô, que construía escolas no norte do país, levou a neta curiosa a conhecer a grande obra de engenharia inaugurada em 1972.
FICHA TÉCNICA
Jornalista: Miriam Alves
Imagem: Hugo Neves
Edição de Imagem: Rui Berton
Grafismo: Patrícia Reis
Produção Editorial: Diana Matias
Colorista: Rui Branquinho
Drone: 4KFly
Pós-Produção Áudio: Edgar Keats
Legendagem: SPELL
Coordenação: Miriam Alves
Direção: Marta Brito dos Reis e Bernardo Ferrão