O Reagir Incluir e Reciclar (RIR) denuncia, em nota enviada, a "ilusão" do voto útil. O partido diz que esta é "uma estratégia recorrente dos partidos tradicionais que procura condicionar a liberdade de escolha dos cidadãos. Esta narrativa, baseada no medo e não na esperança, pretende convencer os eleitores de que votar fora dos partidos do costume é desperdiçar o voto — quando, na verdade, é exatamente o oposto."

"O voto útil não serve a democracia: enfraquece-a. Ao reduzir o processo eleitoral a um cálculo de conveniência, transforma um direito fundamental num instrumento de manutenção do poder instalado. Muitos portugueses sentem-se pressionados a votar "contra" em vez de votar "a favor", aceitando opções que não representam verdadeiramente os seus valores nem as suas aspirações.", refere o partido.

Acrescenta, ainda, que esta mentalidade "tem consequências profundas".

"Em primeiro lugar, desvaloriza as alternativas políticas e impede que novas ideias ganhem espaço. Em segundo, compromete a representatividade do Parlamento e de outros órgãos eleitos, ao concentrar os votos em partidos que não refletem a diversidade de pensamento da sociedade portuguesa. Além disso, perpetua a estagnação política, bloqueando a entrada de projetos inovadores e a renovação da classe dirigente. Por fim, esta distorção alimenta o desinteresse cívico e a abstenção — muitos cidadãos deixam simplesmente de votar, por não se sentirem representados ou por acreditarem que a sua escolha "não conta"", aponta.

A concluir, o RIR acredita que "cada voto deve ser um acto livre, consciente e corajoso".

"A verdadeira utilidade do voto está na sua autenticidade. Só com pluralismo, renovação e liberdade é possível construir uma democracia saudável e um país melhor", remata.