Os rinocerontes brancos do sul - uma subespécie do rinoceronte branco - estão a ser transferidos para o Parque Nacional Akagera, no norte do país e perto da fronteira com a Tanzânia, numa operação conjunta entre o Governo ruandês, a ONG sul-africana African Parks e outros parceiros de conservação.

Segundo explicou à agência de notícias espanhola EFE o diretor do parque, Ladislas Ndahiriwe, estes rinocerontes brancos percorreram um trajeto de 3.400 quilómetros cuidadosamente gerido para garantir a segurança e o bem-estar dos animais.

Este ambicioso projeto visa estabelecer uma população reprodutora segura e apoiar a conservação a longo prazo desta espécie, cada vez mais ameaçada pela perda do 'habitat' e pela caça furtiva.

"Este evento representa um marco importante na conservação dos rinocerontes e demonstra o nosso compromisso coletivo com a proteção e gestão sustentável do Parque Nacional de Akagera", explicou Ndahiriwe.

"A reintrodução também enriquece a biodiversidade do nosso país e aumenta a atratividade da nossa oferta turística centrada na fauna selvagem de alto valor", acrescentou.

Com uma população selvagem estimada em 17.000 exemplares e face ao aumento da caça furtiva, esta transferência representa um passo crucial para a preservação desta espécie emblemática.

O rinoceronte branco do sul esteve à beira da extinção no início do século XX, mas conseguiu recuperar graças a esforços intensivos de conservação.

No entanto, continua a enfrentar graves ameaças, especialmente devido à procura ilegal do seu corno, altamente valorizado em alguns mercados.

O Ruanda está a consolidar-se como um interveniente cada vez mais relevante na conservação africana, uma vez que esta operação se soma à realizada em 2021, quando foram introduzidos 30 rinocerontes brancos em Akagera.

Antes dessas iniciativas, o país já contava com mais de 20 rinocerontes negros no seu território.

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