![Secretário de Estado dos EUA garante que proposta de Trump para Gaza](https://homepagept.web.sapo.io/assets/img/blank.png)
O secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, defendeu esta noite que a proposta do Presidente Donald Trump para a Faixa de Gaza é generosa e não hostil, procurando reconstruir a zona devastada pela guerra entre o Hamas e Israel.
O chefe da diplomacia norte-americana acrescentou, durante uma conferência de imprensa na Guatemala, que Trump manifestou na terça-feira a disponibilidade dos Estados Unidos de "assumir a reconstrução" da área, o que exige um "trabalho enorme".
Rubio recordou que Gaza foi "gravemente danificada" e que serão necessários milhares de milhões de dólares para reconstruir a área, pelo que as palavras de Trump se referiram à reconstrução de casas e empresas, bem como à remoção de bombas não detonadas.
A proposta
Trump propôs na terça-feira, em conferência de imprensa em Washington com o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, "assumir o controlo" da Faixa de Gaza e reconstruí-la, transformando-a na nova "Riviera do Médio Oriente", depois de realojar definitivamente nos países vizinhos os palestinianos, que já rejeitaram esta ideia.
O Presidente norte-americano disse ainda que os residentes da Faixa de Gaza "ficariam felizes" por sair se tivessem a oportunidade de o fazer num "lugar agradável com fronteiras agradáveis".
O republicano não explicou como ou com base em que base legal executaria tal plano.
O alto comissário da ONU para os direitos humanos, Volker Türk, destacou esta quinta-feira, em resposta ao plano de Trump, que "qualquer deportação ou transferência forçada de pessoas sem base legal é estritamente proibida".
As organizações de defesa dos direitos humanos também reagiram, criticando a proposta da Casa Branca e considerando-a ilegal.
Deslocação forçada? "Pode ser crime contra a humanidade"
A Human Rights Watch (HRW) enfatizou que o direito humanitário proíbe a deslocação da população de um território ocupado.
"Quando a deslocação forçada ocorre como parte da política de Estado e com intenção, pode ser considerada um crime de guerra e um crime contra a humanidade", apontou Omar Shaker, diretor da HRW para Israel e Palestina.
Rubio está na Guatemala no âmbito de uma viagem à América Central e à República Dominicana para abordar questões de migração e segurança, bem como para tentar reduzir a influência da China na região.
A guerra na Faixa de Gaza foi desencadeada por um ataque do Hamas em Israel em 07 de outubro de 2023, que fez cerca de 1.200 mortos e 250 reféns.
Em retaliação, Israel lançou uma operação militar em grande escala, que provocou mais de 47 mil mortos, na maioria civis, e a destruição da maioria das infraestruturas do enclave, segundo as autoridades locais, controladas pelo Hamas desde 2007.
O conflito também provocou cerca de 1,9 milhões de deslocados, de acordo com a ONU.
Com Lusa