
O incêndio de Ponte da Barca, no distrito de Viana do Castelo, continua fora de controlo, 48 horas depois. O vento forte e a falta de acessos estão a dificultar o trabalho dos quase 400 bombeiros no terreno. O fogo esteve perto de várias povoações e levou à ativação do plano municipal de emergência.
Em estado de alerta constante, os moradores de uma aldeia em Parada do Lindoso desdobram-se em esforços para evitar que os "maus ventos" tragam as chamas às casas. A rápida intervenção volta a impedir o pior.
Mas o fogo que serpenteia em Ponte da Barca desde sábado à noite vai deixando um rasto de prejuízos.
Ao longo do dia a maior preocupação dos bombeiros esteve em Ermida e Froufe, locais de difícil acesso em zona de montanha. Foram horas de sufoco que despertaram memórias do pesadelo passado há três anos.
"O cenário de há três anos foi um horror. Estou a reviver isto tudo. Tenho muito medo."
Chegaram a estar no combate a este incêndio que avançou para a Serra Amarela 10 meios aéreos e perto de 400 operacionais.
Um dos reforços que se dirigia para Ponte da Barca despistou-se ao início da tarde. A viatura capotou junto a separador central na A3 que liga o Porto a Braga. Cinco pessoas ficaram feridas sem gravidade e foram transportadas para o Hospital de Viana do Castelo.
Houve um outro bombeiro que ficou ferido com queimaduras no domingo no combate às chamas, mas que entretanto já teve alta hospitalar.
O incêndio que começou no sábado no Parque Nacional da Peneda-Gerês (PNPG) tem piorado com vários reacendimentos com casas na linha de fogo.
Com as altas temperaturas e o vento forte, a situação desconfrontolou-se em Ermida. Houve a necessidade de retirar locais das casas junto à linha de fogo, sobretudo idosos e pessoas com mobilidade reduzida, que se refugiaram na Igreja paroquial. A ideia esteve "inundada de fumo" durante toda a tarde.
"É uma aldeia que fica completamente isolada, numa zona de muito difícil acesso, o que dificulta o combate direto", diz o jornalista da SIC Rui Carlos Teixeira.
O vento dificulta igualmente o trabalho dos operacionais. Com o cair da noite, os meios aéreos vão deixar de poder operar.
O incêndio em Ponta da Barca começou no sábado à noite e tem estado muito próximo de habitações.
A ameaça das chamas obrigou à evacuação de habitações. As autoridades descreveram-no como "muito preocupante". O vento e falta de acessos ao local dificultam as operações.
Foi ativado o Plano Municipal de Emergência e Proteção Civil (PMEPC). De acordo com aquela legislação, "todos os cidadãos e demais entidades privadas estão obrigados, no território continental, a prestar às autoridades de proteção civil a colaboração pessoal que lhes for requerida, respeitando as ordens, orientações e solicitações que lhes sejam dirigidas, correspondendo a recusa do seu cumprimento ao crime de desobediência".