O presidente norte-americano, Donald Trump, acusou o ex-diretor do FBI James Comey de publicar na rede social Instagram uma mensagem incitando ao seu assassínio, assegurando que este "sabia perfeitamente o que estava a fazer".

"Até uma criança sabe o que isso significa", disse Trump sobre a mensagem de Comey: uma foto de conchas de praia que desenham na areia os algarismos '86 47', que combinam o código usado por hospitais antigos nos Estados Unidos para declarar a morte de uma pessoa (86) com o número ordinal que Trump ocupa na lista de Presidentes norte-americanos (47.º).

"Significa assassínio. Apelou para o assassínio do Presidente", declarou Trump ao programa Fox and Friends, do canal televisivo Fox News, numa entrevista que será transmitida hoje à noite.

"Se ele fosse uma pessoa honesta, talvez merecesse alguma pena, mas é um polícia corrupto", acrescentou o Presidente sobre Comey, que entretanto apagou o 'post', alegando não saber o que significava, mas está a ser investigado.

Serviços secretos abrem investigação

O porta-voz dos serviços secretos, Anthony Guglielmi, confirmou a abertura da investigação e disse que a agência "responderá de forma apropriada". Por seu lado, o atual diretor do FBI (agência de serviços secretos e de segurança internos dos Estados Unidos), Kash Patel, também confirmou na rede social X ter conhecimento da situação e indicou que "o FBI dará todo o apoio necessário" aos serviços secretos.

Trump demitiu Comey do cargo de diretor do FBI em maio de 2017, no meio de uma investigação sobre as alegadas ligações do Presidente a uma conspiração russa para manipular as eleições.

Pouco depois, o ex-diretor do FBI publicou o seu livro "A Higher Loyalty" (publicado em Portugal pela editora Presença com o título "Lealdade a Toda a Prova"), no qual acusava diretamente o magnata nova-iorquino de ser um mafioso.