O Presidente dos Estados Unidos Donald Trump disse na noite de segunda-feira que está expectante pelo telefonema com o homólogo russo Vladimir Putin, que decorrerá na terça-feira, frisando que ainda há "muito a fazer" para um acordo de cessar-fogo na Ucrânia.

"Muitos elementos de um Acordo Final foram acordados, mas ainda há muito a fazer. Milhares de jovens soldados e outros estão a ser mortos. Todas as semanas há 2.500 mortes de soldados, de ambos os lados, e isto deve acabar JÁ. Estou expectante pelo telefonema com o Presidente Putin", referiu o chefe de Estado norte-americano, numa mensagem na rede social Telegram.

A Ucrânia concordou com uma trégua incondicional de 30 dias se a Rússia parasse com os ataques no leste do país.

Contudo, Vladimir Putin não concordou com qualquer trégua e decidiu estabelecer condições maximalistas, como a Ucrânia ceder cinco regiões anexadas pela Rússia, abandonar as ambições de Kiev de se juntar à NATO e desmantelar o governo ucraniano em vigor.

A Presidência da Rússia anunciou hoje que Trump e Putin vão falar ao telefone na terça-feira, pela segunda vez desde que Donald Trump tomou posse como chefe de Estado, em janeiro.

"Esta conversa está de facto a ser preparada", disse o porta-voz da Presidência russa, Dmitri Peskov, em conferência de imprensa, em Moscovo.

De acordo com Peskov, trata-se de um contacto telefónico agendado para terça-feira.

Na semana passada, o Presidente russo, Vladimir Putin, disse que estava disposto a discutir com o homólogo norte-americano, Donald Trump, "as dúvidas" sobre a proposta de trégua de 30 dias na Ucrânia, que Kiev já aceitou.

Em resposta à proposta, Putin disse que a Rússia apoia uma trégua, mas vê muitos problemas na implementação e verificação de um cessar-fogo.

Moscovo indicou recear também que Kiev utilize a pausa para se reagrupar e rearmar.

Putin e Trump falaram pela primeira vez em 12 de fevereiro.

No primeiro contacto telefónico (oficial), os dois líderes concordaram em iniciar um processo de negociação para pôr fim ao conflito na Ucrânia.

A Ucrânia foi invadida pela Rússia em 2014, altura em que anexou a península da Crimeia e, em 2022, lançou uma ofensiva militar de grande escala contra o território ucraniano.