O Presidente dos Estados Unidos Donald Trump garantiu esta terça-feira que não se oporia ao envio de tropas de uma missão de paz europeia na Ucrânia, tema que tem estado em debate entre os lideres europeus em reuniões em Paris.

"Se quiserem fazer isso, ótimo. Sou totalmente a favor. Se quiserem fazer isso, acho que seria ótimo", realçou Trump, numa conferência de imprensa, acrescentando que não enviará tropas norte-americanas em nenhuma circunstância.

O republicano sugeriu que poderia haver tropas europeias no terreno no âmbito de um acordo de paz, para garantir que a trégua entre a Ucrânia e a Rússia seria respeitada.

"Não faria qualquer objeção", insistiu Trump, acrescentando que não caberia aos Estados Unidos mobilizar as suas forças porque a Ucrânia "está muito longe".

O chefe de Estado norte-americano apontou que o Reino Unido e a França discutiram a possibilidade, algo que Trump consideraria "um belo gesto".

Rússia e Estados Unidos querem mesmo a paz na Ucrânia?

O Presidente francês, Emmanuel Macron, realizou na segunda-feira uma reunião em Paris com os líderes de Espanha, Alemanha, Itália, Reino Unido, Países Baixos e Dinamarca, bem como com os responsáveis da União Europeia e da NATO, para delinear uma estratégia europeia para a Ucrânia à luz das negociações de paz lideradas pelos EUA.

Mas os líderes estavam divididos sobre se deviam discutir agora se a Europa deveria enviar forças de manutenção da paz para a Ucrânia para garantir um eventual acordo de paz intermediado por Moscovo e Washington.

"A guerra na Ucrânia nunca tinha começado se eu estivesse no poder há três anos"

O ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergei Lavrov, classificou esta terça-feira como inaceitável o possível envio de tropas de países europeus para a Ucrânia, argumentando que todos são membros da NATO.

Na quarta-feira, vai promover uma nova reunião com "vários Estados europeus e não-europeus", com o objetivo de reunir os 27 até ao final da semana, anunciou, numa entrevista a vários jornais diários regionais, entre os quais Le Parisien, La Provence e Sud Ouest.

Até à data, o palácio do Eliseu (sede da presidência francesa) ainda não disse em que consistirá esta nova reunião, nem quem participará.

Fontes diplomáticas citadas pela estação televisiva France 24 indicaram, contudo, que estarão presentes "outros países europeus" que não participaram na primeira cimeira de emergência convocada por Macron - Noruega, os três Estados bálticos (Lituânia, Letónia e Estónia), República Checa, Grécia, Finlândia, Roménia, Suécia e Bélgica - "e não-europeus", como o Canadá, aliado da NATO.

Fonte oficial do Ministério dos Negócios Estrangeiros português disse à Lusa que Portugal foi convidado a participar na segunda reunião.


Com LUSA