O Presidente norte-americano disse esta quarta-feira que "todos adoram" a sua proposta de assumir o controlo de Gaza e deslocar os habitantes do enclave, apesar da oposição dos palestinianos, de muitos países do Médio Oriente e da comunidade internacional.

"Toda a gente adora", afirmou Donald Trump, em declarações aos jornalistas na Sala Oval, na Casa Branca, quando questionado sobre as reações ao seu plano para o enclave palestiniano, devastado após 15 meses de guerra entre Israel e o grupo extremista Hamas.

Na terça-feira, Trump defendeu que os Estados Unidos devem assumir o controlo da Faixa de Gaza, reconstruir e desenvolver economicamente o território. O chefe de Estado norte-americano também propõe transferir os habitantes do enclave para países vizinhos, em particular para a Jordânia e para o Egito, sugestão rejeitada e denunciada por países aliados e adversários dos Estados Unidos.

Trump recusou-se a dar mais detalhes sobre o seu plano, argumentando que "não era o momento certo" já que estava a participar no que descreveu como uma ocasião "solene e importante", quando a nova procuradora-geral, Pam Bondi, jurou proteger a Constituição do país antes de assumir oficialmente o cargo.

Plano provoca onda de indignação na comunidade internacional

A proposta de Trump já foi contestada pelas autoridades palestinianas e pelo movimento islamita Hamas, mas também já foi criticada por diversos países da comunidade internacional, em particular pelos países da região, incluindo os Emirados Árabes Unidos e a Arábia Saudita, que consideram a medida impraticável.

O líder norte-americano mostrou-se conhecedor da posição de rejeição das autoridades egípcias e jordanas sobre este plano, mas acrescentou que acreditava que elas acabariam por ceder à proposta.

O plano da administração norte-americana para Gaza foi transmitido na terça-feira numa conferência de imprensa conjunta com o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, o primeiro líder estrangeiro a ser recebido por Trump desde que tomou posse.

Trump não excluiu a possibilidade de enviar tropas norte-americanas para apoiar a reconstrução de Gaza e considera que a participação dos Estados Unidos neste processo será de "longo prazo".

No início do encontro com Netanyahu, Trump já tinha sugerido que os palestinianos deslocados em Gaza fossem reinstalados permanentemente fora do território devastado pela guerra.

"Não acho que as pessoas devem regressar", disse Trump aos jornalistas, citado pela agência Associated Press (AP). "Não se pode viver em Gaza neste momento. Acho que precisamos de outro local. Penso que deve ser um local que faça as pessoas felizes", acrescentou na mesma altura o Presidente norte-americano.