Donald Trump toma hoje posse como o 47.º Presidente norte-americano, numa cerimónia em Washington marcada pela presença de políticos internacionais populistas e de extrema-direita, mas com escassos responsáveis governamentais e sem líderes da União Europeia (UE).
O momento marcará o regresso à Casa Branca do político republicano, que venceu a vice-presidente e candidata democrata, Kamala Harris, nas eleições presidenciais norte-americanas de 05 de novembro, depois de um primeiro mandato (2017-2021) e de ter falhado a reeleição, face à vitória de Joe Biden.
Tradicionalmente vista como uma forma de sinalizar relações diplomáticas, a lista de convidados de Trump baseia-se mais em convites diretos a aliados próximos, incluindo vários políticos mundiais de extrema-direita e populistas.
São os casos do Presidente da Argentina, Javier Milei, que já confirmou a presença, ou do ex-chefe de Estado brasileiro Jair Bolsonaro, que foi convidado, mas não pode viajar para os Estados Unidos por ter o seu passaporte retido pela justiça brasileira, no âmbito da investigação sobre o alegado plano de golpe de Estado para impedir a posse do seu sucessor, Lula da Silva.
Entre os convidados estão o Presidente da China, Xi Jinping -- que se fará representar por altos responsáveis do seu executivo -, de El Salvador, Nayib Bukele, e do Equador, Daniel Noboa, bem como os chefes da diplomacia da Índia, Subrahmanyam Jaishankar, e do Japão, Takeshi Iwaya.
Da UE, nenhum dos altos representantes das instituições recebeu convite para a cerimónia, incluindo os presidentes do Conselho Europeu, António Costa, da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e do Parlamento Europeu, Roberta Metsola, confirmaram à Lusa fontes comunitárias. A primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, será a única líder dos 27 Estados-membros da UE presente.
Os 27 do bloco comunitário serão representados pela embaixadora da UE para os Estados Unidos, Jovita Neliupsien.
Da extrema-direita europeia, haverá uma delegação dos Patriotas pela Europa, encabeçada pelo líder da terceira maior força política do Parlamento Europeu, Santiago Abascal (Vox espanhol) e que integra o presidente do Chega, André Ventura.
Alice Weidel, a líder do partido de extrema-direita alemão, Alternativa para a Alemanha (AfD), também foi convidada, mas será representada pelo co-presidente do partido, Tino Chrupalla.
Os líderes da extrema-direita francesa, Marine Le Pen e Jordan Bardella, não receberam convites, ao contrário do político anti-imigração Éric Zemmour. Do Reino Unido, estará o líder do partido Reform UK, Nigel Farage, defensor do 'Brexit' (processo da saída britânica da UE).
O reconhecido aliado de Trump na Europa, o primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, não foi convidado, com a sua equipa a justificar que a futura administração dos Estados Unidos não convidou chefes de Estado ou de Governo estrangeiros.
À semelhança de vários países europeus e como é habitual nas cerimónias de inauguração norte-americanas, Portugal será representado ao nível do embaixador, Francisco Duarte Lopes.
Empresários e multimilionários também marcarão presença: o aliado de Trump Elon Musk, dono da rede social X, da Tesla e da SpaceX; o presidente da Meta, Mark Zuckerberg, e o fundador da Amazon, Jeff Bezos.
Antecessores de Trump também estarão na cerimónia: Joe Biden, Barack Obama -- que não estará acompanhado da mulher, Michelle -, Bill Clinton e George W. Bush.
O momento da posse está marcado para pouco antes das 12h00 locais (17h00 em Lisboa) no Capitólio, sede do poder legislativo, em Washington, estando previstos discursos do vice-presidente, J.D. Vance, e do Presidente, Donald Trump.
A zona em Washington que abrange o Capitólio e a Casa Branca, na conhecida Pennsylvania Avenue e que será percorrida pelo Presidente empossado, será protegida por barreiras de metal com 2,4 metros de altura e por cerca de 25 mil polícias e militares.