"Tivemos uma boa conversa com o Presidente Trump com muito respeito pela nossa relação e soberania; chegámos a uma série de acordos", disse a Presidente mexicana, após um telefonema com Trump em que discutiu a entrada em vigor de tarifas de 25% sobre importações de produtos mexicanos para os EUA, que estava marcada para o final do dia de hoje.

Trump usou a rede social Truth Social para confirmar este acordo, explicando que durante este mês de suspensão serão realizadas negociações entre os dois países, que por parte dos Estados Unidos serão lideradas pelo secretário de Estado, Marco Rubio, e pelo secretário do Tesouro, Scott Bessent e o secretário do Comércio, Howard Lutnick.

O líder norte-americano disse que a conversa com a homóloga mexicana decorreu de "forma amigável".

Sheinbaum assegurou que "o México reforçará a fronteira norte com 10.000 elementos da Guarda Nacional, imediatamente, para impedir o tráfico de drogas do México para os Estados Unidos, particularmente o fentanil".

A líder mexicana acrescentou ainda que "os Estados Unidos estão empenhados em trabalhar para impedir o tráfico de armas de alto poder para o México".

"As nossas equipas vão começar a trabalhar hoje em duas frentes: a segurança e o comércio", explicou Sheinbaum.

A Casa Branca anunciou no sábado que, a partir de terça-feira, haveria tarifas de 25% sobre todos os produtos mexicanos em retaliação ao défice comercial, à migração irregular e ao tráfico de fentanil.

Na sua justificação, Washington argumentou que "os cartéis têm uma aliança com o Governo do México e põem em risco a segurança nacional e a saúde pública dos Estados Unidos".

Em resposta, Sheinbaum anunciou no sábado que anunciaria o seu "Plano B", hoje, com medidas tarifárias e não tarifárias, além de acusar a Casa Branca de fazer acusações "terrivelmente irresponsáveis".

As tarifas são uma preocupação para o México, pois é o maior parceiro comercial dos Estados Unidos, com as exportações para aquele país avaliadas em 490,183 mil milhões de dólares (cerca de 485 mil milhões de euros) em 2023, quase 30% do produto interno bruto (PIB) do México, de acordo com um relatório do Instituto Mexicano de Competitividade (IMCO).

RJP // APN

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