
O Presidente dos Estados Unidos anunciou, esta quarta-feira, a suspensão por 90 dias das tarifas recíprocas, excluindo a China. Pelo contrário, há mão pesada para Pequim: Trump subiu as taxas para 125%.
Na Truth Social, Donald Trump informa que não só excluiu a China da suspensão de taxas, como ainda aumentou as tarifas para 125%, com efeito imediato, "baseado na falta de respeito que a China demonstrou perante os mercados mundiais".
"Espero que em algum momento num futuro próximo, a China se aperceba que não é sustentável nem aceitável aproveitar-se dos Estados Unidos e de outros países", escreve.
Por outro lado, o líder norte-americano justifica a suspensão das tarifas para mais de 75 países com o facto de estes terem convocado representantes para negociar e não terem retaliado "de forma alguma" contra os Estados Unidos.
"Autorizei uma pausa de 90 dias e uma redução substancial das tarifas reciprocas durante este período, com efeitos imediatos."
Depois deste anúncio de Trump, os principais indices da bolsa de Nova Iorque dispararam. Abriram no vermelho, a cair menos de 1%, mas começaram pouco depois a valorizar. Entretanto, com a pausa de 90 dias, subiu para cerca de 7%.
A guerra comercial entre Washington e Pequim está a escalar, ao mesmo tempo que aumenta a turbulência nos mercados financeiros. As duas maiores economias do mundo têm estado constantemente num 'contra-ataque' de tarifas aduaneiras.
Antes, o Governo chinês tinha anunciado novas tarifas de 84%, em vez dos 34% inicialmente previstos, em retaliação às taxas de 104% impostas por Donald Trump.
Também esta quarta-feira, a China pediu aos cidadãos para avaliarem os riscos de viajar para os Estados Unidos dada a "deterioração das relações económicas e comerciais".
Wall Street e os mercados bolsistas mundiais registaram perdas nos últimos dias, com os investidores assustados com a guerra comercial desencadeada pelos direitos aduaneiros determinados por Donald Trump e com as medidas de retaliação.
Cerca de 60 países, incluindo os 27 membros da União Europeia (UE), são afetados pelas sobretaxas adicionais impostas por Trump, que entraram em vigor às 00:00 desta quarta-feira em Washington (05:00 em Lisboa).
Por sua vez, a União Europeia (UE) aprovou, esta quarta-feira, por maioria, a aplicação de tarifas de 25% a produtos norte-americanos, em resposta às tarifas aplicadas pelos Estados Unidos da América (EUA) ao aço e alumínio europeus.