
O Presidente norte-americano, Donald Trump, procurou hoje conter a crescente polémica em torno do caso Jeffrey Epstein, considerando que, se existem provas credíveis sobre o magnata acusado de pedofilia, estas devem ser tornadas públicas.
À saída da Casa Branca rumo à Pensilvânia, o chefe de Estado norte-americano frisou aos jornalistas que cabe à sua procuradora-geral, Pam Bondi, tornar público "o que ela considerar credível".
Donald Trump defendeu ainda a sua procuradora-geral, que tem sido alvo de pedidos de demissão desde que um memorando do seu gabinete, publicado na semana passada, afastou a possibilidade de novos desenvolvimentos no caso Epstein.
Em conferência de imprensa, Pam Bondi recusou hoje dar mais detalhes sobre a possibilidade de novos documentos serem tornados públicos.
"O nosso memorando fala por si", insistiu.
Como sinal da crescente pressão sobre Donald Trump e a sua administração, o presidente republicano da Câmara, Mike Johnson, apelou à divulgação do ficheiro, afirmando ser a favor da transparência.
"Devemos colocar tudo em cima da mesa e deixar o povo decidir", defendeu o republicano, numa entrevista ao conservador Benny Johnson.
A morte de Jeffrey Epstein, encontrado enforcado na sua cela em Nova Iorque em 2019 antes de ser julgado, alimentou inúmeras teorias da conspiração de que teria sido assassinado para evitar revelações sobre figuras de alto perfil suspeitas de crimes sexuais contra crianças.
Figuras próximas do movimento MAGA ["Make America Great Again", "Engrandecer de Novo a América", o principal 'slogan' de Trump] têm feito campanha há vários anos para exigir a divulgação de documentos alegadamente retidos pelo Governo.
Quando Donald Trump regressou ao poder, em janeiro, a sua administração prometeu revelar este caso que considerou repugnante.
Mas, num memorando conjunto publicado em 07 de julho, o Departamento de Justiça e o FBI (polícia federal) rejeitaram a teoria de que Jeffrey Epstein teria sido assassinado na prisão e confirmaram o seu suicídio.
Referiram ainda que não descobriram qualquer lista dos seus clientes durante uma análise completa de todo o caso.
O comunicado desencadeou uma onda de mensagens nas redes sociais provenientes de contas "MAGA", a criticarem a decisão.
O conservador Tucker Carlson, antigo pivot da estação Fox News, acusou o Departamento de Justiça de querer abafar a verdade e "insultar o público".
No sábado, na sua plataforma Truth Social, Donald Trump apelou aos seus apoiantes para não "perderem tempo e energia com Jeffrey Epstein, com quem ninguém se preocupa", mas, excecionalmente, a publicação recebeu comentários contra.