André Ventura só vai decidir se mantém a candidatura às presidenciais depois das legislativas. A garantia foi dada, esta sexta-feira, pelo líder do Chega, que rejeitou ainda que Gouveia e Melo tenha recusado o apoio do partido.

“Ainda hoje vi uma sondagem em que eu estava à frente dos candidatos todos do Partido Socialista na eleição presidencial”, começou por comentar Ventura, em declarações aos jornalistas, esta tarde, à margem de uma visita à Feira de Educação, Formação e Juventude do Porto.

“Porém, o meu foco, a minha primeira responsabilidade como líder de um partido, é ser candidato às eleições legislativas. É isso que está em causa”, frisou. “O resto ficará decidido depois das eleições.”

Questionado sobre o facto de Henrique Gouveia Melo ter afirmado que não precisava nem desejava o apoio de nenhum partido - depois de Ventura ter admitido apoiar a candidatura a Belém do antigo chefe do Estado-Maior da Armada -, o líder do Chega tenta afastar a questão do seu partido em concreto.

O a lmirante disse que dispensava o apoio de todos os partidos, não o do Chega ”, afirmou.

Montenegro e a mensagem de Marcelo

André Ventura voltou ainda a acusar o primeiro-ministro de levar o país para eleições por recusar ser transparentee afirmou que a própria mensagem do Presidente da República deixa claro que Luís Montenegro não tem condições para ser reeleito. Em causa está a notícia do Expresso que dá conta de que o primeiro-ministro não terá entregado à Polícia Judiciária toda a documentação sobre a sua casa em Espinho.

F oi ao Parlamento dizer que era mais transparente do que os outros todos, que só respondia a quem fosse mais transparente que ele, mas , aparentemente , não respondeu à Polícia Judiciária, que é a nossa entidade de investigação delegada pelo Ministério Público ”, atirou Ventura.

"Fica cada vez mais claro e evidente às pessoas, e acho que isso também ficou claro na mensagem de ontem do Presidente da República: Luís Montenegro não tem nenhumas condições de ser candidato a primeiro-ministro novamente”, continuou.

Não está a ser transparente, não quis ser transparente e por isso é que mandou o país para eleições.Se pudesse ser transparente, nós não estaríamos na situação que estamos hoje”, finalizou o líder do Chega.