O Colégio de Comissários da 51.ª Volta ao Algarve anulou, esta quarta-feira, a primeira etapa da corrida, após um problema na chegada a Lagos ter dividido o pelotão, levando dezenas de ciclistas a falhar a passagem na meta.

"O presidente do colégio de comissários cancelou a etapa. É mais do que legítimo, justo, é natural, e a forma mais justa de continuarmos com a Volta ao Algarve. A organização teve uma falha, as imagens estão gravadas. Temos lá um bandeira amarela que não atuou a tempo. Os ciclistas vêm a alta velocidade, se calhar deviam estar dois. A própria PSP deveria fazer o seu papel, nota-se nas câmaras que não fez. Vamos manchar a Volta ao Algarve com uma situação destas", explicou aos jornalistas o presidente da Federação Portuguesa de Ciclismo (FPC), Cândido Barbosa.

O italiano Filippo Ganna (INEOS) cruzou a meta em primeiro lugar, ainda que, numa estrada paralela, dezenas de ciclistas do pelotão tenham passado pela mesma zona, após uma falha na marcação de estrada os ter 'desencaminhado' da reta da meta.

Rui Oliveira lamenta ter perdido oportunidade por erro da organização

Rui Oliveira lamentou, esta quarta-feira, não ter podido lutar por uma vitória na Volta ao Algarve em bicicleta, devido a um erro da organização, notando que o lado direito da estrada estava aberto, ao contrário do que acontecia anteriormente.

O português da UAE Emirates foi aquele que mais sonoramente protestou assim que concluiu, por uma via 'alternativa', a anulada primeira etapa da 51.ª edição da 'Algarvia'.

"Não sei como aconteceu. Em todos os anos, está sempre fechado o lado direito, este ano estava aberto. Não sei. Obviamente, se só temos de ir para um lado, tinham de fechar o lado direito. Nos outros anos, havia sempre o lado direito fechado, ninguém conseguia ir", explicou à agência Lusa.

O campeão olímpico de Madison descreveu o que viveu na chegada à Avenida dos Descobrimentos em Lagos, onde o pelotão se partiu em dois e dezenas de ciclistas seguiram por uma via paralela ao percurso correto.

"Não percebi o que tinha acontecido. Depois, no final, consegui ver que o lado esquerdo era o lado correto. Mas se está aberto e os primeiros foram por lá... uma pessoa só segue a estrada. A estrada está aberta, é por onde temos de seguir", insistiu.

Questionado pela Lusa sobre se sentiu que perdeu hoje uma das escassas oportunidades para lutar por uma vitória em etapa nesta edição da Volta ao Algarve, Oliveira respondeu com um rotundo "claro".

"Estava nos primeiros e, obviamente, quando começámos a lançar o sprint, todos ficámos confusos, porque estavam pessoas no meio da estrada, não havia meta, não havia pórtico", revelou.

Primeiro a cortar a meta em Lagos, o italiano Filippo Ganna (INEOS) ainda celebrou a vitória, mas viu o colégio de comissários anulá-la à posteriori, já depois de ter falado com os jornalistas declarando-se vencedor.

"A minha opinião é que ganhei, simplesmente isso", disse, defendendo que, se a sinalização fosse confusa, todos os ciclistas teriam seguido pela direita.

Com a primeira etapa anulada, a Volta ao Algarve (re)começa na quinta-feira, com a segunda tirada a ligar Lagoa e o Alto da Fóia, onde está instalada uma contagem de categoria especial após 177,6 quilómetros.