
"Acabo de falar com (o ministro da Defesa) Rustem Umerov, que me informou sobre a reunião e o andamento das negociações. A nossa equipa está a trabalhar de forma absolutamente construtiva. A conversação está a ser muito útil", afirmou o chefe de Estado ucraniano na sua tradicional mensagem vídeo noturna.
Zelensky explicou que o trabalho, que já dura há quatro horas, continua.
"Mas, independentemente do que estivermos a falar com os nossos parceiros, temos de pressionar (o Presidente russo Vladimir) Putin para que dê uma ordem concreta para parar os ataques: quem provocou esta guerra tem de acabar com ela", sublinhou.
Na segunda reunião das equipas de negociação ucraniana e norte-americana na Arábia Saudita, após a reunião de alto nível realizada em Jeddah no dia 11, as conversações decorrem desta vez a um nível mais técnico.
Segundo a agência Ukrinform, a delegação ucraniana é chefiada por Rustem Umerov e inclui o secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros, Oleksandr Karasevich, os vice-chefes do Estado-Maior, Pavlo Palisa e Igor Zhovkva, e o vice-ministro da Energia, Mikola Kolisnik.
Da ordem de trabalhos fazem parte propostas para proteger as instalações de energia e as infraestruturas críticas num cessar-fogo parcial.
A Ucrânia e a Rússia estavam inicialmente programadas para se reunirem separadamente na segunda-feira em Riade com a delegação dos Estados Unidos, que inclui o enviado especial, Keith Kellogg, e os seus conselheiros, Michael Anton, diretor de Planeamento de Políticas do Departamento de Estado, e representantes do Conselheiro de Segurança Nacional, de acordo com o jornal "The New York Times".
Após o encontro antecipado para hoje das delegações de Washington e Kiev, para segunda-feira está prevista a reunião do chefe da Comissão de Assuntos Internacionais do Senado russo, Grigory Karasin, e do conselheiro do diretor do Serviço Federal de Segurança (FSB), com a delegação norte-americana.
Hoje, na véspera dessas negociações, o Presidente ucraniano insistiu na necessidade de pressão sobre o seu homólogo russo, Vladimir Putin, para que este acabe com a invasão da Ucrânia, em curso há mais de três anos.
"Independentemente das nossas discussões com os nossos parceiros, temos de pressionar Putin para que dê uma ordem concreta para parar os ataques", afirmou Volodymyr Zelensky.
"É claro para todos que a Rússia é a única que faz durar esta guerra", insistiu.
"A 11 de março, foi proposto um cessar-fogo sem condições e estes ataques já teriam parado. Mas é a Rússia que está a perpetuar tudo isto. E todas as noites, todos os dias, leva a cabo os ataques mais cínicos que se possa imaginar", acrescentou o Presidente ucraniano.
Para o responsável, "sem pressão sobre a Rússia, continuarão em Moscovo a desprezar a verdadeira diplomacia e a destruir vidas".
A ofensiva militar russa no território ucraniano, lançada a 24 de fevereiro de 2022, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
FP // SCA
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