
Um golpe de teatro marcou o final da sessão da manhã do primeiro dia dos Mundiais de pista curta de Nanjing. Inicialmente 3.º na final do triplo salto, o brasileiro Almir dos Santos acabou por ser desclassificado na secretaria, devido à utilização de sapatilhas que agora são ilegais à luz dos regulamentos da World Athletics.
O brasileiro, de 31 anos, que é orientado pelo português José Uva, saltou com as Nike Triple Jump Elite 2, um modelo que a partir de novembro do ano passado deixou de ser legal, devido à mudança na regra quanto à altura máxima de meia sola - até aí era de 25mm e passou a ser de 20mm.
O mais curioso de tudo é que Hugues Fabrice Zango, o atleta que herdou o bronze do brasileiro, saltou com um modelo em tudo similar, mas a versão 3 das Triple Jump Elite, que - essa sim! - está autorizada para competição, por estar dentro do limite de 20mm.
"As sapatilhas fazem parte de indumentária de uso livre dos atletas, que estão autorizados a utilizar material de patrocinador próprio - o que é o caso de Almir Júnior. O atleta alegou que não tinha a informação do seu patrocinador de que as sapatilhas usadas na final não eram permitidas e de que o material havia sido 'checado' pela organização do Mundial na câmara de chamada, ou seja, antes da entrada na pista para final", esclareceu a Federação brasileira (CBAt) em comunicado.
Com esta decisão na secretaria, que já teve um recurso brasileiro negada, o bronze passou para a posse de Hugues Fabrice Zango, que assim se juntou ao italiano Andy Díaz (campeão com recorde italano - 17,80m) e ao chinês Zhu Yaming (17,33m).