
Grande candidato à vitória no crono, mas também ao triunfo final, o canadiano da Israel-Premier Tech confirmou o seu estatuto, cumprindo os 15,6 quilómetros da terceira tirada em 23.17 minutos e destronando, por apenas cinco segundos, o anterior camisola amarela, o norueguês Magnus Cort (Uno-X).
"Ouvi que era o favorito para hoje e isso é bastante stressante, mas estou muito feliz por ter conseguido concretizar", disse aos jornalistas, já depois de ter subido ao pódio.
Para somar o quarto triunfo da carreira, e o primeiro num contrarrelógio sem ser nos Nacionais do seu país - sagrou-se campeão em 2022 e 2023 -, Derek Gee bateu o italiano Davide Piganzoli (Polti VisitMalta), segundo, a 17 segundos, e o francês Maxime Decomble (Groupama-FDJ), terceiro, que fez mais 21.
Apesar de ter sido quarto na etapa, Magnus Cort entregou a amarela, depois de ver o canadiano de 27 anos ganhar-lhe 29 segundos na estrada - o anterior líder fez questão de cumprimentar o ciclista da Israel-Premier Tech, numa demonstração de fair play entre os dois primeiros da geral, na qual Piganzoli é terceiro, a 17.
Entre os portugueses, Nelson Oliveira (Movistar) foi, como expectável, o melhor, terminando na 12.ª posição, a 47 segundos, um resultado que o deixa no oitavo posto da geral, com esses mesmos segundos de diferença para Gee.
O crono da terceira etapa não permitia respirar: mal desciam a rampa da saída, os ciclistas começavam a subir em paralelo, num prenúncio do que eram os 15,6 quilómetros entre Ourense e Pereiro de Aguiar.
Depois da ponte romana, umas obras estreitavam o percurso muito técnico, com várias viragens, rápido e raros metros de plano rumo à contagem de montanha de terceira categoria de Sabadelle, situada ao quilómetro 7,92.
Ultrapassada a subida, o terreno suavizava mas pouco, num permanente sobe e desce, com curvas traiçoeiras e um quilómetro final potencialmente perigoso, a exigir cuidados redobrados.
O campeão em título da Volta a Portugal, o russo Artem Nych (Anicolor-Tien21), foi o primeiro a baixar dos 25 minutos, mas foi o seu colega português Rafael Reis que destronou o australiano Simon Clarke (Israel-Premier Tech), vencedor de etapas em grandes Voltas.
Mas o reinado do melhor contrarrelogista das equipas portuguesas durou pouco, com o tempo de referência a ser sucessivamente batido até à chegada de Derek Gee, o principal candidato a vestir a amarela final no domingo, em Santiago de Compostela.
"Eu adoro esta corrida, é a minha segunda vez aqui. Vim cá como ciclista de uma equipa continental [Israel Cycling Academy, em 2022. Esta corrida ajudou-me a conseguir o meu primeiro contrato. Voltar agora, como ciclista de uma ProTeam, e estar de amarelo é muito especial", assumiu, dizendo esperar conservar a camisola até Santiago de Compostela.
No sábado, disputa-se a etapa rainha desta quarta edição da prova galega, com a ligação de 137,1 quilómetros entre A Pobra do Brollón e O Cebreiro a incluir quatro contagens de montanha, uma delas de primeira a 14 quilómetros da meta.
"Vai ser interessante. Eu tenho uma super equipa aqui, muito forte, e estou muito confiante de que amanhã [sábado] vamos conseguir manter a amarela", declarou.