
O futebolista português João Neves reconheceu esta quinta-feira que o Paris Saint-Germain teve de saber sofrer no triunfo sobre o Arsenal (2-1), para continuar "a escrever uma história linda" rumo à segunda final da Liga dos Campeões.
Depois do triunfo em Londres (1-0), na primeira mão das 'meias', o PSG voltou a imperar, com o espanhol Fabián Ruiz a inaugurar o marcador, quando decorria o minuto 27, uma vantagem dilatada pelo marroquino Hakimi (72), com Saka (76) a encurtar distâncias para os ingleses.
"Neste tipo de jogos todos jogamos nos limites. É uma boa maneira de aprender, estamos habituados a ter mais bola, mas há que saber sofrer quando não temos [bola]. Foi duro, mas estamos muito felizes", analisou o internacional luso, após o triunfo no Parque dos Príncipes.
A viver a primeira época em Paris, Neves, que foi titular no meio-campo do campeão francês, ao lado dos compatriotas Vitinha, que falhou um penálti, e Nuno Mendes, este na lateral esquerda, acrescentou que estão a "escrever uma história linda como o Paris Saint-Germain nunca o fez", seguindo-se, em 31 de maio, a derradeira batalha contra o Inter Milão, de Itália.
Cinco anos depois, a equipa orientada pelo espanhol Luis Henrique regressa, assim, à final mais desejada a nível de clubes, após a estreia em Lisboa, no Estádio da Luz, e que terminou com triunfo dos alemães do Bayern de Munique (1-0).
As dificuldades sentidas no primeiro tempo foram corroboradas pelo treinador Luis Enrique, que gostou da forma como a equipa teve a capacidade de se adaptar e chegar ao golo, mesmo tendo menos bola do que o oponente, que também almejava atingir a segunda final da 'Champions'.
"Creio que na primeira parte eles foram muito fortes e nós tivemos de jogar um jogo que não queríamos jogar, mas é futebol. Tivemos que nos adaptar, tivemos de sofrer, mas um rival deste nível como o Arsenal traz complicações. Estivemos bem nas transições, fizemos um golo, que deu tranquilidade, e a segunda parte já foi mais disputada", analisou.
“Luis Enrique criou uma grande equipa”
Considerado o homem do jogo, o lateral marroquino Hakimi, autor do segundo golo do PSG, destacou o trabalho feito pelo treinador espanhol, que ainda lançou Gonçalo Ramos na reta final do encontro.
"Luis Enrique criou uma grande equipa. Fez um trabalho incrível desde sua chegada ao Paris Saint-Germain. Muitas pessoas não acreditaram em nós, mas chegamos lá", salientou.
Por sua vez, o central brasileiro Marquinhos falou em "sensação maravilhosa" de atingir a final marcada para 31 de maio, em Munique, porém, alertou que o "trabalho ainda não está terminado".
Arteta diz que PSG foi melhor
O treinador do Arsenal, o espanhol Mikel Arteta, não escondeu a frustração com nova derrota, depois do 1-0, em Londres, há uma semana, mas admitiu que o opoente foi superior, muito por culpa das prestações do guarda-redes italiano Gianluigi Donnarumma.
"Foram melhores do que nós. O melhor jogador em ambas as partidas foi o guarda-redes deles, mas os meus jogadores jogaram com caráter. Espero, por causa do meu passado aqui, que vençam [o Inter Milão]. Digo isso do fundo do meu coração. Quando jogarem a final, vou torcer por eles", comentou o técnico, que vê a sua equipa terminar a época sem qualquer título conquistado pelo quinto ano seguido.
Na final de 31 de maio, na Allianz Arena, em Munique, os parisienses vão defrontar os italianos do Inter Milão, que está pela sétima vez na final, depois das três conquistas (1963/64, 1964/65 e 2009/10), a última das quais sob comando do português José Mourinho, e três derrotas (1966/67, 1971/72 e 2022/23).