Ainda no seguimento da entrevista ao Cronache di Spogliatoio, Francesco Farioli explicou também o contexto da sua chegada ao Ajax. Após ter assumido os Lanceiros de Amesterdão em dificuldades para investir face ao 5º lugar em 2023/24, o técnico italiano explicou que, nem sempre o timing de chegada a uma equipa é o ideal, mesmo tendo em conta a grandeza e história do mesmo.

Chegada ao Ajax: «Ao chegar a um novo clube, é essencial analisar o contexto. Muitas vezes, pensa-se que se começa do zero, mas na realidade quase nunca é assim. Às vezes, herda-se um bom emprego, outras vezes, encontra-se uma confusão que precisa ser reorganizada. No Ajax, encontramos isso: um clube extraordinário em história e potencial, mas que nos últimos anos tinha perdido uma sólida equipa de gestão.

E quando há um vácuo de poder num clube tão importante por muito tempo, cada erro pesa a dobrar, financeira e desportivamente. O campeonato anterior foi claro: quinto lugar, a 35 pontos do PSV, a 28 pontos do Feyenoord... Essas são cicatrizes reais, imagens fortes que usei frequentemente com os jogadores e que carregamos connosco como um alerta para não repetir os mesmos erros.

Optei por assumir todas as coisas negativas que aconteceram no ano anterior e tentar reconstruir um grupo que me foi descrito como desunido, sem disciplina e sem cultura de trabalho. Um ano depois, posso dizer que a equipa - que não mudou muito - fez algo extraordinário. O melhor destes 12 meses foram os jogadores. Eles trabalharam duro, superando todas as expectativas. Muitas vezes usei a imagem do sumo: esprememos tudo o que tínhamos, até a casca da laranja. Vivemos todas as emoções possíveis, desde uma alegria imensa até novas cicatrizes, mas sempre com espírito de sacrifício, dedicação e união