
Cerca de meia centena de jovens participaram este sábado no NBA Basketball School em Lisboa, no último dia, que ficou marcado pela presença de Inês Viana, base do Benfica e da Seleção Nacional, que no verão irá disputar o Eurobasket'2025 feminino pela primeira vez na sua história. A jogadora de 30 anos esteve em contacto direto com as jovens promessas da modalidade que acorreram ao pavilhão do Clube Nacional de Natação, partilhou o seu percurso e os obstáculos que teve de ultrapassar e fez vários exercícios de treino.
A atleta natural de S. João da Madeira mostrou grande entusiasmo com a iniciativa, liderada por Carlos Barroca, que diz ter as condições ideais para introduzir as crianças à modalidade com muita diversão.
"O principal é os jovens virem a um campus bom, com boas condições, divertirem-se e fazerem aquilo que mais gostam que é jogar basquete, aprendendo com treinadores espetaculares. Da minha parte, como embaixadora, o meu papel é dar a conhecer um bocadinho a minha história e dar um bocadinho do que eu sou a estes miúdos. O fundamental é ensinar-lhes a praticar o desporto com um sorriso na cara", contou Inês Viana a Record.
Elogiou ainda a forte adesão dos jovens e dos pais à iniciativa: "Na minha altura não tinha acesso a isto e acho espetacular a adesão destes miúdos e dos pais. Virem ao campus treinar, viverem a competição, divertirem-se... Isto é espetacular! Assim, aproveitam as pausas dos clubes sem pararem de treinar. Aprendem, melhoram e divertem-se."
Inês Viana recordou ainda a histórica qualificação da Seleção Nacional feminina para o Eurobasket deste ano, que não tem dúvidas de que irá abrir muitas portas: "Com este apuramento acho que abrimos uma grande porta, que é a do sucesso no feminino e já se começa a sentir que são cada vez mais as miúdas interessadas no basquete."
Carlos Andrade, o antigo internacional português, também compareceu no campus e concordou que este projeto é "incrível", pela diversão que proporciona aos jovens, dando-lhes a oportunidade de serem observados por profissionais do basquetebol.
"Sinto muita inveja destes meninos, no meu tempo não havia nada disto. É um conceito que acaba por conciliar a diversão com poderem conhecer outras realidades, outros jogadores. Mas também é caça de talentos, pois nunca sabemos quem pode aparecer nestes campos e temos tido belas surpresas. Tudo que envolva multidões de crianças, que as tire do sofá e as faça praticar desporto é uma boa iniciativa. O NBA School está de parabéns pelo que está a conseguir", afirmou o antigo extremo do FC Porto e Benfica.
Uma das crianças que teve a oportunidade de conhecer os craques do basquete foi Sofia, de 11 anos e que joga na Física de Torres Vedras. Admitiu que "foi incrível ouvir a história de Inês Viana e que nunca irá esquecer este momento" e que diz que veio ao campus porque quer concretizar o seu sonho: "O meu sonho é jogar na WNBA e acompanho muito a NBA. A minha equipa favorita são os Lakers, por causa da minha família, e gosto dos Celtics porque o meu jogador favorito é Jayson Tatum, a par do Stephen Curry."
Este projeto foi trazido para Portugal há três anos pela MVP Academy, que pertence à Warrior Symbol. Nuno Tavares, diretor-geral da empresa, explicou quais são as linhas orientadoras.
"A NBA Basketball School é um produto da NBA, como sabemos é uma marca muito importante a nível do desporto e do basquetebol e o objetivo de ter este produto em Portugal é desenvolver aquilo que a NBA chama o 'Método NBA' e isso passa pela iniciação à prática das técnicas do basquete, mas acima de tudo aliar as técnicas a um contexto de divertimento e de felicidade, no qual os atletas possam de facto fazer aquilo que mais gostam."
Nuno Tavares referiu ainda que o projeto é uma grande oportunidade para estes meninos e meninas entrarem no radar da NBA, visto que muitos são depois selecionados para eventos internacionais: "Em janeiro deste ano, juntamente com o jornal Record, fomos com 15 atletas aos Jogos Internacionais de Paris, onde houve dois jogos de NBA e mais um evento próprio da NBA Basketball School a nível mundial onde se juntou mais de 200 atletas. Estes atletas começam a sobressair e a despertar a atenção de outros treinadores. Dou-lhe o exemplo de uma atleta de Braga, que foi uma das premiadas em Paris. Assim, acabam por entrar no radar da NBA."
Autor: André Teixeira