
João Gabriel, antigo diretor de comunicação do Benfica, voltou a tecer duras críticas a Rui Costa e à direção do Benfica. Em causa está o silêncio encarnado, perante "o silêncio e resignação de uma direção conformada com a mais torpe, provocatória e incompreensível manobra de bastidores da FPF". E, já depois de explicar os motivos, João Gabriel considera que o presidente foi "negligente" ao apoiar Pedro Proença para líder federativo.
"Soubemos ontem, numa notícia de rodapé (o que também não é um pormenor), que Rui Caeiro, antigo membro do Conselho Leonino do Sporting e ex-braço direito de Bruno de Carvalho, passou a deter o pelouro da arbitragem. Isto, só por si, já seria grave e motivo de sonoro repúdio. Acresce ainda que, na nova direção da FPF, passou a ter assento José Carlos Oliveira, ex-assessor jurídico do Sporting, também no tempo de Bruno de Carvalho. Há uma semana, um clube de Lisboa queixava-se de que um outro podia ter acedido a informação confidencial - entenda-se, contratos de jogadores. Pois bem, José Carlos Oliveira tem agora, na FPF, a seu cargo - com a pomposa designação de Chief Legal Counsel - o pelouro do 'licenciamento', ou seja, tem acesso a todos os contratos, de trabalho e não só, de todos os clubes!", recordou o antigo responsável das águias, que assinala que a nomeação destas pessoas poderá ser prejudicial para o emblema da Luz: "Arbitragem e licenciamento nas mãos de duas pessoas que fizeram parte do Sporting numa das direções que mais atacou e prejudicou o Benfica. Foi nisto que o Benfica votou!"
João Gabriel diz que esperava uma reação das águias, sobretudo, depois do "número invulgar de comunicados da semana passada, em contraste com o 'pacifismo' e o persistente silêncio dos quase quatro anos anteriores". E, por isso, esperou "24 horas (na verdade um pouco mais) para saber se a súbita erupção de indignação se mantinha, se a direção e o departamento de comunicação continuavam tão ativos como na semana anterior". A conclusão é que tal não se verificou e, portanto, retira uma conclusão deste comportamento.
"Infelizmente, não. Voltou o silêncio e a resignação de uma direção conformada com a mais torpe, provocatória e incompreensível manobra de bastidores na FPF. Na última Assembleia Geral do SL Benfica, o presidente Rui Costa disse que não votou em Pedro Proença, mas sim no projeto. Se foi neste projeto que votou, então foi negligente - ou então foi enganado. É tempo de assumir qual das opções explica tamanho silêncio!", concluiu.