A ausência do futebolista Luka Modric por suspensão prejudicará a Croácia frente a Portugal, na segunda-feira, no encerramento do Grupo A1 da Liga das Nações, admite o diretor desportivo dos croatas do Osijek, José Boto.

"Penso que faz mais falta o Modric à Croácia do que os quatro jogadores de Portugal que estarão ausentes [Cristiano Ronaldo, Bernardo Silva, Bruno Fernandes e Pedro Neto]. Com todo o respeito por eles, que são fundamentais, Portugal tem muitas soluções para substituí-los. Não se comparam, nem de perto nem de longe, às soluções da Croácia, que são de um nível bem mais baixo. Neste momento, Modric é o motor, o coração e a alma da sua seleção", admitiu o dirigente do quarto classificado da Liga croata, em entrevista à agência Lusa.

Portugal, vencedor da edição inaugural, em 2019, visita a Croácia, finalista derrotada em 2023, na segunda-feira, às 20:45 locais (19:45 em Lisboa), no Estádio Poljud, em Split, na sexta e última jornada do Grupo A1 da Liga das Nações, numa altura em que a equipa das 'quinas' já está qualificada para os quartos de final e tem a vitória assegurada na 'poule'.

Os lusos acumulam 13 pontos, contra sete dos croatas, que ocupam a segunda posição, também de acesso à próxima fase, enquanto a Escócia soma os mesmos quatro pontos da Polónia, mas, ao contrário dos polacos, cujo destino passará pelo play-off de manutenção ou pela despromoção automática à Liga B da prova, ainda pode aceder aos 'quartos'.

"Portugal não vai descurar a possibilidade de ganhar à Croácia, que tem realmente de vencer. Podemos esperar um jogo bastante interessante, embora Portugal tenha uma seleção bem mais forte neste momento. A Croácia ainda vive muito de Modric e de alguns jogadores que são excelentes, mas não estão no seu melhor. Não foi feita uma renovação como devia, mas, de qualquer forma, é sempre a Croácia e tivemos algumas dificuldades contra eles na última partida", recordou José Boto, que trabalha no Osijek desde janeiro.

Portugal e Croácia encontram-se pela terceira vez em 2024, após o triunfo da 'vatreni' (2-1) num encontro de preparação para o Europeu, em junho, no Estádio Nacional, em Oeiras, ao qual a equipa das quinas ripostou com uma vitória similar em setembro, no Estádio da Luz, em Lisboa, na jornada inaugural da quarta edição da Liga das Nações.

"Na minha opinião, Portugal tem o melhor grupo de jogadores de todas as seleções europeias. Há soluções para jogar de diferentes formas, podendo fazer descansar alguns atletas e colocar outros em campo. Acho que somos a seleção mais forte da Europa neste momento ou, pelo menos, com potencial para ser a mais forte", caracterizou.

A goleada caseira sobre a Polónia (5-1), na sexta-feira, permitiu ao conjunto comandado pelo espanhol Roberto Martínez passar pela segunda vez a fase de grupos da Liga das Nações, após as eliminações prematuras em 2020/21 e 2022/23, e rumar com o estatuto de cabeça de série ao sorteio dos quartos de final, fase introduzida na atual edição.

"O treinador ainda estará um pouco à procura da melhor forma de jogar ou de ter dois ou três sistemas que permitam mudar esse estilo durante os jogos. De qualquer forma, não vejo nesta altura nenhum país europeu como Portugal, que tem este grande número de atletas tão bons, com experiência internacional e a jogarem nos melhores campeonatos", reiterou José Boto, a conviver em Osijek com o internacional sub-21 luso Tiago Dantas e o luso-cabo-verdiano Hernâni.

Face às dispensas do capitão Cristiano Ronaldo e de Bernardo Silva, Bruno Fernandes, suspenso, e Pedro Neto, o ponta de lança Fábio Silva, em estreia, e o extremo Geovany Quenda, na iminência de se tornar o internacional 'AA' mais novo de sempre, foram chamados dos sub-21 para a deslocação à Croácia, que ficou no pódio dos últimos dois Mundiais e perdeu a final da Liga das Nações de 2023 no desempate por penáltis com a Espanha.

"Até por razões estruturais da Liga local, penso que a Croácia vai ter muita dificuldade em substituir esta geração e não se avizinha um futuro com tanto sucesso. Não há equipas B e os clubes não apostam tanto como no passado em jovens, que, depois, saíam para os grandes campeonatos e ganhavam outra experiência, permitindo-lhes competir ao nível em que a seleção esteve até agora. Esta nova geração tem o Martin Baturina, que normalmente é titular e tem um potencial muito grande, mas continua no Dinamo Zagreb", ilustrou.