
Equipas de diversas latitudes, com os mais variados contextos, culturas e estilos de jogo vão competir pelo troféu da primeira edição alargada do Mundial de Clubes da FIFA, com 32 equipas. Para Martín Anselmi, a oportunidade de ser protagonista numa prova com tamanha diversidade é um desafio bastante apetecível. "Esta competição vai-nos oferecer uma dimensão única e especial", comentou, em entrevista à FIFA transmitida pela DAZN (que vai emitir os jogos do Mundial de Clubes de forma gratuita).
Chegado ao FC Porto no início do ano, o argentino tem absorvido a cultura do clube. "Ser portista não se resume a defender o emblema que trazemos ao peito, nós representamos uma cidade e lutamos por uma região. Isso faz com que o clube seja muito especial", referiu o técnico, que fez também uma análise aos seus adversários no grupo A da prova: "Tenho a sensação de que todos os jogos vão ser difíceis e de que todas as equipas têm o que é preciso para competir," disse.
Pensar fora da caixa
"Falar desta nova edição é complicado. É a primeira vez que ouvimos falar desta prova, pelo menos neste formato. Não sei se é correto assumir que estarão presentes os melhores 32 clubes do planeta, diria que estarão os 32 que tiveram mais mérito para participar. Enquanto treinador do FC Porto, só posso garantir que é um evento espetacular. Vai atrair a atenção de toda a gente e reunir culturas e treinadores diferentes. É sempre bom ter a oportunidade de defrontar equipas diferentes das que estamos habituados. Nós, os treinadores, aprendemos muito, porque somos obrigados a pensar de forma diferente e isso permite-nos viver novas experiências. As nossas expectativas são muito altas."
Uma dimensão única
"Estamos habituados a ver adeptos do mundo inteiro reunidos no mesmo país na altura do Campeonato do Mundo, mas esta competição reúne clubes e a paixão é um pouco diferente. Ao fim e ao cabo, apoiar o nosso clube é diferente da sensação de apoiar o nosso país. Esta competição vai oferecer-nos uma dimensão única e especial."
Choque de estilos
"Futebol é futebol, apesar de se jogar de forma diferente em cada país ou região. Há ligas com melhores jogadores, que estão preparadas para jogar um futebol mais rápido, mas há outras em que há menos jogo e espaço, então compete-se de forma mais física. Cada equipa tem o seu próprio estilo e a sua forma de se impor. No final de contas é isso que enriquece o torneio."
A cultura do FC Porto
"O FC Porto é especial por causa das suas gentes. Aqui somos todos portistas e ser portista não se resume a defender o emblema que trazemos ao peito, nós representamos uma cidade e lutamos por uma região. Isso faz com que o clube seja muito especial, porque estamos a defender boa parte da população portuguesa. A par disso, também somos um clube com alguns dos maiores feitos na história do futebol: ganhámos títulos internacionais ao mais alto nível e todos os troféus nacionais. É um clube pelo qual já passaram os maiores treinadores e jogadores e tem uma história rica. Todas as pessoas que passaram pelo FC Porto, pelo menos aquelas com quem falei, disseram que o clube tinha um lugar especial nos seus corações e que têm grandes memórias desses tempos. Acho que é por isso que o FC Porto é tão especial."
Os objetivos no Mundial de Clubes
"O FC Porto, como equipa e como clube, tem o objetivo de ir o mais longe possível em qualquer competição em que participe. É isso que nos é exigido. Contudo, é muito bonito e fácil dizer isso, mas para o conseguirmos temos de ser competitivos em cada jogo. É esse o nosso principal objetivo, assim teremos mais probabilidades de chegar à final. Não podemos fugir à realidade, sabemos que temos de dar 100% em todos os jogos e ser competitivos para atingirmos os nossos objetivos."
Os adversário
"Em todas as competições que contemplam uma fase de grupos há sempre um "grupo da morte" e há equipas com melhor reputação ou mais fama do que outras. No nosso grupo todas as equipas estão num nível semelhante. Das três equipas que temos de defrontar, não vejo o Inter Miami como o grande favorito. O Palmeiras é uma grande equipa na América do Sul, que está preparada para lutar e ganhar títulos importantes, e o Al Ahly é o maior clube do Egito. Por sua vez, o Inter Miami tem grandes jogadores e está ao mesmo nível do resto do grupo. Tenho a sensação de que todos os jogos vão ser difíceis e de que todas as equipas têm o que é preciso para competir."
Em solo americano
"Já joguei um torneio nos Estados Unidos, a Leagues Cup de 2024 com o Cruz Azul, e também tivemos que viajar por diferentes cidades dentro do país. Os americanos vivem o futebol de uma maneira distinta, os campos são muito diferentes, há alguns sintéticos e vários relvados diferentes dos nossos. O calor também se vai fazer sentir nesta altura do ano. É um país muito grande e as distâncias são muito longas, apesar de nós jogarmos Nova Iorque e em Atlanta. Faz tudo parte do espetáculo e do entretenimento, que lá encaram de uma forma especial. Os Estados Unidos vão receber o próximo Campeonato do Mundo, já tinham organizado o de 1994 e a última Copa América, por isso acho que estão preparados para este Mundial de Clubes."