Matías Fernández passou pelo Sporting entre 2009 e 2012, mas a vida atual do antigo médio nada tem a ver com a que teve enquanto futebolista , já que se dedica a tempo inteiro à família e aos quatro filhos – Antonia (16 anos), Aylé (12), Ángel (oito) e Adán (dois) – aos quais passou o gene atlético.

«A Antonia faz voleibol e equitação, a Aylén faz patinagem, é campeã nacional e agora vamos acompanhá-la a uma prova em Geisingen, na Alemanha. E o Ángel joga futebol na escola do Colo Colo. É destro, remata forte, mas como o pai, só quer disfrutar e não sei se será futebolista», disse em entrevista ao jornal chileno LUN, antes de retratar o seu dia-a-dia.

«Tornei-me pai a tempo inteiro. Sou o Uber dos meus filhos, porque vou levá-los à escola, às atividades desportivas e, à mais velha, às festas. Também mudo a fralda ao Adán e preparo-lhe a papa. Sou feliz.»

Fernández, que fez 116 jogos pelo Sporting, avaliou depois a sua carreira, não tendo remorsos com a mesma: «Cheguei onde tive de chegar. Joguei e fui campeão no Colo Colo, joguei no Villarreal, na Fiorentina, no Milan, no Sporting. Fui campeão da Copa América [em 2015] e fui a um Mundial com a seleção [em 2010].»

«Se não cheguei a clubes como o Real Madrid, Barcelona, Juventus ou Manchester City foi porque fisicamente não conseguia. Eu podia jogar a um nível altíssimo num domingo, mas não estaria ao mesmo nível na quarta-feira seguinte», explicou também o chileno, que foi internacional por 74 vezes.

Fernández já tem um curso de treinador para ex-internacionais, mas não pensa em seguir essa carreira em breve, olhando sim para uma possível parceria com… o Sporting: «Ser treinador é uma possibilidade distante, agora estou a analisar as hipóteses. Quando for agora à Europa passarei por Lisboa porque há a possibilidade de chegar a acordo com o Sporting para poder colocar jovens chilenos a treinarem nesse clube.»

De momento, o jogador também está focado na sua empresa, Mati14, que procura disponibilizar atividades desportivas para os mais jovens: «Temos aulas personalizadas e clínicas desportivas para crianças entre os seis e os 16 anos. Temos uma linha de roupa que vendemos, mas também doamos. Não estou nisto para ganhar dinheiro, mas sim para sentir que ajudo.»