Morreu Hugo Gatti, ex-guarda-redes argentino e considerado um revolucionário da posição. O antigo futebolista estava internado há 60 dias após fratura na anca e não resistiu a uma infeção.

Gatti foi, por muitos, considerado como um revolucionário. A revista de futebol El Gráfico descreveu o guardião, que disputou 381 partidas pelo Boca Juniors — mais que qualquer outro excepto Roberto Mouzo — como «um defesa-central com permissão para usar as mãos» pela forma como saía aos avançados. Jogou 765 partidas no futebol argentino, mais do que qualquer outro jogador. Foi futebolista profissional até aos 44 anos e defendeu 26 penáltis ao longo da carreira.

Batizado como El Loco, era essa irreverência que o distinguia, não só no estilo de jogo, mas também na forma como se apresentava em campo, com uma fita na cabeça e calções longos, contrários ao que se usava na altura. Quando ao estilo de jogo, escolhia sair dos postes, algo que não era comum «Hoje todos os guarda-redes me dão pena. Estão todos debaixo da trave, tirando dois ou três. Ninguém se diverte», afirmou, em 2007, à mesma revista.

Jogou apenas 18 jogos pela seleção da Argentina e só participou no Mundial 1966, tendo falhado o de '78, que resultou na primeira conquista mundial da albiceleste, por lesão no joelho. Conquistou dois campeonatos argentinos, em 1976 e 1981, duas Taças Libertadores, em 1977 e 1978 e, em 1977, também venceu a Taça Intercontinental, frente ao Borussia M'gladbach.