Baile de abril: não há exagero. O FC Porto faz contra a Lazio de Roma uma das melhores exibições da sua história europeia. É um futebol total, uma rede que envolve e asfixia o poderoso emblema italiano. Foram quatro golos, podiam ter sido muitos mais na verdade.

Não foi a partida que garantiu a conquista da Taça UEFA, mas esteve bem perto disso. Com o Lazio - FC Porto em perspetiva, não há como não relembrar o mítico FC Porto - Lazio (abril de 2003). O triunfo gordo sobre os italianos (4-1) que abriu caminho ao primeiro sucesso europeu dos dragões no século vigente.

Tendo isto em conta, o zerozero viajou no tempo e foi à conversa com Derlei, um dos principais heróis do êxito azul e branco de 2003 e, em especial, nessa vitória «memorável» contra os romanos.

«Estivemos perto da perfeição»

Derlei também foi herói na final de Sevilla @Getty / John Walton - EMPICS

«Foi um jogo bastante difícil, apesar de tudo. Entrámos praticamente a perder, com o golo do Claudio López, mas conseguimos responder bem. Apertámos a Lazio, pressionámos e, ainda na primeira parte, marquei o golo do 2-1. Na segunda parte entrámos na partida de forma mais tranquila - rapidamente dilatámos o resultado -, o que nos conferiu grande serenidade para ir a Roma e seguirmos em frente», introduziu ao nosso portal.

«Foi uma partida que esteve perto da perfeição. Eu até acredito que nunca é bom sofrer um golo, mas esse golo fez com que nos relembrássemos ainda mais da importância da eliminatória e de vencer em casa. Aquela equipa estava a transformar-se no auge da equipa que, um ano depois, foi campeã da Europa», continuou apontando da importância dos jogos nas Antas.

«Nessa Taça UEFA, com exceção à eliminatória contra o Panathinaikos, nós dominámos por completo em casa. E, claro, contra a Lazio não foi diferente», sublinhou.

Do outro lado, uma equipa que «metia respeito». Mihajlović, Simeone, Fernando Couto, Claudio López são apenas alguns dos nomes que o brasileiro aponta para destacar o feito portista ao desarmar um dos «principais favoritos» a vencer a prova em 2003.

«Quando fomos a Roma, percebemos que - do outro lado - estava uma equipa muito capaz de responder com um resultado igual ao da primeira mão. Foi fundamental aquela defesa do Vítor Baía ao penálti do Claudio López. Aquele 0-0 deu muita confiança», recordou.

Depois de derrotar os Aquilotti, os dragões preparavam-se para defrontar um Celtic confiante - eliminou o Liverpool (um dos favoritos a vencer a prova) e o Boavista nas meias -, não obstante, no momento das decisões, o Ninja voltou a surgir em grande.

«A Champions League é o título que tem mais impacto, mas tenho noção que aquela conquista foi incrível. Foi ainda mais importante porque nos deu mais confiança no ano seguinte», rematou o ex-avançado do FC Porto.