A temporada de Fórmula 1 de 2024 tem sido uma para os livros de história, com a McLaren a liderar o campeonato de construtores com 21 pontos de vantagem sobre a Ferrari. Entretanto, a Red Bull, uma força dominante nos últimos anos, ficou para trás em terceiro lugar. No meio da intensa competição, o Diretor Técnico da Red Bull, Pierre Wache, lançou uma crítica contundente às inovações do asa traseira da McLaren, acusando a equipa baseada em Woking de explorar áreas “para além do cinzento” das regulamentações.
Asa Traseira “Mais Que Cinzenta” Sob Fogo
Wache não se conteve nos seus comentários, direcionando especificamente as suas críticas ao controverso design da asa traseira da McLaren, que ele afirma ter dado à equipa vestida de laranja uma vantagem injusta. O debate centra-se na alegada utilização de um mecanismo de “mini-DRS” pela McLaren, que gerou escrutínio ao longo da temporada.
“Quando se vê a asa traseira da McLaren, lamento, mas é mais do que cinzenta,” disse Wache. “Eles usam isso em várias corridas. Sem isso, não teriam vencido em Baku, e o campeonato de construtores pareceria completamente diferente.”
A inovação da asa traseira tem sido um pilar da ressurgência da McLaren, permitindo-lhes ultrapassar os rivais em circuitos que recompensam a velocidade máxima e a aerodinâmica eficiente. Apesar dos rumores de violações regulamentares, a McLaren continuou a utilizar o design, sugerindo que a FIA o considera conforme.
A Ascensão Meteorica da McLaren
A temporada da McLaren não começou como uma campanha de luta pelo título. As dificuldades iniciais deixaram a equipa a tentar desbloquear o potencial do carro. No entanto, a partir do Grande Prémio de Miami, a McLaren encontrou o seu ritmo, aproveitando as atualizações e a brilhante estratégia para avançar.
O piloto Lando Norris desempenhou um papel fundamental no sucesso da McLaren. Embora não tenha conseguido o título de pilotos, que foi para Max Verstappen, as performances consistentes de Norris e a sua capacidade de lutar contra o campeão em título foram decisivas.
“Que ano tem sido, e estou muito orgulhoso de todo o ano,” disse Norris após o GP do Qatar. “Venci pessoas que precisava de vencer. Há coisas que preciso de melhorar, mas aprendi muito este ano.”
Norris vs. Verstappen: Uma Temporada de Fogos de Artifício
A rivalidade na pista entre Lando Norris e Max Verstappen acrescentou uma camada de intriga à temporada. As suas batalhas foram intensas, com nenhum dos pilotos disposto a ceder um centímetro. As tensões transbordaram fora da pista, com os dois a trocar palavras acaloradas em vários momentos da campanha.
Apesar dos seus confrontos, Norris mantém-se focado em aprimorar a sua arte e desafiar Verstappen novamente em 2025.
“Talvez seja um ano tarde demais, e gostaria de ter aprendido algumas coisas mais cedo, mas algumas coisas aprendem-se apenas quando as vivemos pela primeira vez,” refletiu Norris. “Estou determinado a voltar mais forte na próxima temporada.”
Dificuldades da Red Bull e Momentum da McLaren
A queda de desempenho da Red Bull esta temporada tem sido acentuada, com a sua contagem de pontos a situar-se em 581—muito atrás dos 640 da McLaren. Os comentários de Wache destacam a frustração dentro do campo de Milton Keynes enquanto lidam com uma rara pré-temporada.
Enquanto a McLaren e Norris celebram uma campanha bem-sucedida, a Red Bull deve enfrentar questões difíceis sobre o desenvolvimento do seu carro e a estratégia para 2025. A Ferrari, também, continua na luta, garantindo que a próxima temporada contará com uma feroz batalha entre três grandes equipas.
Perspectivas para Abu Dhabi e além
À medida que a final da temporada em Abu Dhabi se aproxima, a McLaren e a Ferrari lutarão com unhas e dentes pelo campeonato de construtores. Enquanto isso, a controvérsia em torno do asa traseira da McLaren e as acusações da Red Bull garantem que a época de intersafra será tão dramática quanto as corridas.
Com os regulamentos sob constante escrutínio e as equipas a inovar até ao limite da legalidade, as linhas de batalha para 2025 já estão a ser traçadas. A questão permanece: será que a Red Bull encontrará uma maneira de recuperar a sua dominância, ou terá a McLaren inaugurado uma nova era de competição na F1?