A estratégia da Ferrari no Grande Prémio de Abu Dhabi foi alvo de críticas após a equipa italiana optar por não realizar uma segunda paragem nas boxes tardia para Carlos Sainz, acabando por perder para a McLaren no Campeonato de Construtores. Apesar de Sainz e Charles Leclerc terem garantido lugares no pódio, as decisões da Ferrari deixaram os fãs a questionar se uma abordagem mais agressiva poderia ter feito a diferença.

“A Jogar pelo Seguro: Cálculos Estratégicos da Ferrari”

O chefe da equipa Ferrari, Frederic Vasseur, admitiu que a equipa nunca considerou seriamente uma segunda paragem nas boxes para Sainz, apesar de o espanhol ter margem para parar sem perder a posição para Leclerc. O risco poderia ter proporcionado a Sainz pneus mais frescos para perseguir Lando Norris da McLaren, que controlou a corrida e terminou cinco segundos à frente.

“Honestamente, não,” disse Vasseur quando questionado se a Ferrari considerou a manobra. “O mais importante é estar focado em nós mesmos e fazer o melhor que podemos. Se estiveres perto, não sabes o que pode acontecer—ele pode ter um problema, um furo. Portanto, estamos apenas focados em nós próprios.”

“Oportunidades Perdidas: A Luta do Segundo Stint”

Começando em terceiro na grelha, Sainz inicialmente manteve-se competitivo, mas o seu ritmo diminuiu no segundo stint com o composto duro. A tentativa de undercut da Ferrari trouxe Sainz a cerca de dois segundos de Norris após a paragem do piloto da McLaren na volta 28, mas a diferença alargou-se à medida que o stint progredia.

Vasseur explicou que a Ferrari esperava explorar a degradação dos pneus para pressionar Norris nas voltas finais, um plano que acabou por falhar.

“Estávamos mais à espera de pressionar Norris no final da corrida devido à degradação, mas isso não aconteceu,” reconheceu Vasseur. “No geral, a diferença de ritmo de um stint para o outro entre a McLaren e nós é de mais ou menos uma décima. Isso não é suficiente para ultrapassar.”

“Um Campeonato Perdido em Margens”

A abordagem conservadora da Ferrari refletiu a sua relutância em reagir ao ritmo da McLaren. Enquanto se concentravam em si próprios em vez de tentarem estratégias arrojadas, a Ferrari priorizou a consistência em vez do risco—uma filosofia que Vasseur defendeu.

“A melhor foi a estratégia que fizemos,” disse ele. “Mas não queríamos mudar a estratégia ou a atitude apenas porque estamos a lutar com a McLaren. Estamos apenas focados em nós próprios desde sexta-feira.”

Apesar dos seus melhores esforços, a Ferrari não conseguiu igualar o ritmo superior da McLaren, com Norris e o colega de equipa Oscar Piastri a liderar a carga. O resultado cimentou o primeiro Campeonato de Construtores da McLaren em mais de duas décadas, deixando a Ferrari a refletir sobre oportunidades perdidas.

“O que vem a seguir para a Ferrari?”

A campanha da Ferrari em 2024 apresentou uma mistura de altos e baixos, com vislumbres de brilhantismo, mas uma incapacidade de manter o ímpeto contra equipas como a McLaren e a Red Bull. À medida que a equipa muda o seu foco para 2025, permanecem questões sobre se a Ferrari conseguirá recuperar a sua antiga glória e desafiar por campeonatos com estratégias mais audazes.

O Grande Prémio de Abu Dhabi foi um microcosmos da temporada da Ferrari—desempenhos fortes ofuscados por conservadorismo tático. Para uma equipa com um legado tão prestigiado, a pressão está a aumentar para entregar não apenas pódios, mas vitórias decisivas.