
Luís Figo abordou a atualidade do futebol português. O antigo capitão da Seleção Nacional falou aos jornalistas à margem de um evento da sua fundação no Monte de Caparica, em Almada. Temas como o Sporting, a final da Taça, o momento do Benfica e a FPF não foram esquecidos.
Sporting foi um justo campeão?
"Eu acho que quem ganha o campeonato, ganha quase sempre justamente. Trata-se de uma competição onde tens de ser regular, são bastantes meses, e penso que o Sporting foi um justo vencedor."
Final da Taça de Portugal. Quem é o favorito?
"Quando são dérbis ou quando são confrontos entre duas grandes equipas é sempre complicado falar de favoritismo. Mas é lógico que depois de um momento de alegria e de satisfação, isso pode trazer muito mais confiança ao Sporting e espero que seja um bom espetáculo."
Rodrigo Mora
"Fiquei decepcionado porque não fui convocado [risos], mas neste caso vem aí um jovem promissor. Só espero que tenha uma carreira fantástica e que possa ajudar muitas vezes Portugal. A idade? Isso nunca é um problema quando tens talento."
Temporada do Sporting com três treinadores
"É sempre um processo que tens de passar quando acontecem situações assim. Tens de ultrapassar também alguns momentos que não são positivos. Quando se muda de treinador, normalmente é porque há alguma situação menos positiva. Neste caso o Ruben Amorim foi numa situação diferente, não tem nada a ver com os resultados. Sem dúvida que tens de ultrapassar algumas dificuldades inerentes a essas mudanças. Se sabe melhor ou não, não sei, eu acho que o mais importante é sempre ganhar porque a sensação e o sabor da vitória são fantásticos."
Rui Costa e a contestação. O que vai na cabeça do presidente do Benfica?
"À parte do clubismo, o Rui para mim é como se fosse um irmão, por isso só posso desejar o melhor pessoalmente para o Rui. É lógico que quando não consegues objetivos profissionais tens um momento de reflexão, de deceção. Não sei o que vai acontecer, só espero que ele seja feliz. Tem feito tudo para que o clube seja vitorioso, mas nem sempre se pode ganhar no futebol. Pessoalmente só posso desejar o melhor para ele agora. É lógico que a opinião é diferente quando jogar contra o meu clube."
Vê-se a entrar no futebol português para um cargo de dirigente, por exemplo, no Sporting?
"É uma pergunta complicada. Depende sempre das oportunidades que surgem na vida. As pessoas conhecem-me pelo aquilo que viram no futebol, pelo aquilo que veem nos cinco minutos nas conferências de imprensa, por aquilo que pode sair na imprensa, mas nunca tive a oportunidade de voltar a Portugal. Não sei o que é que o futuro me reservará em termos de posição profissional. É lógico que eu tenho os meus objetivos que passam pela parte mais administrativa, mas não sei onde, nem quando, nem o que é que vai suceder em relação à minha pessoa nos próximos meses ou no próximo ano."
Ponderou candidatar-se à FPF? O que acha de Proença?
"Eu só estou onde querem que eu esteja. Acho que com isso respondo à pergunta. Sobre Pedro Proença, teve a maioria dos votos e por isso é a pessoa que quiseram que esteja como presidente da Federação Portuguesa de Futebol. Como português, só lhe posso desejar o melhor. Que sejam uns bons anos à frente da FPF, porque significaria que Portugal conseguiu os objetivos."