Patrícia Silva afirmou que foi a “maturidade" e "resiliência" que "fizeram a diferença” ao conquistar, na reta final, o bronze nos 800 metros dos Campeonatos do Mundo de atletismo em pista curta, em Nanjing, na China.

“Acho que se fosse a Patrícia de há algum tempo, o facto de não ter conseguido partir ao ritmo delas, que foi rapidíssimo, tinha-me posto logo fora da corrida, mas consegui superar isso”, explicou à agência Lusa a atleta portuguesa, após ter também melhorando o seu recorde nacional para 01.59,80 minutos – era de 02.00,79, desde 8 de fevereiro.

A atleta do Sporting, de 25 anos, chegou ao pódio ao superar a polaca Anna Wielgosz, quinta, e a suíça Audrey Werro, quarta, na reta da meta.

“Pensei: consigo correr tanto como elas, por isso, a certo ponto, elas vão começar a cair ou eu vou começar a crescer, e vou chegar ao pé delas”, descreveu.

Depois do sétimo lugar nos 1.500 metros nos Europeus ‘indoor’ Apeldoorn2025, Patrícia Silva concentrou-se nos 800, sua distância de eleição, e chegou ao pódio.

“Foi manter a cabeça fria. Fui conseguindo apanhar uma e outra, vi o grupo da frente e acreditei. Nos últimos 100 metros, estava toda rota já, mas eu queria tanto, que foi só abrir o coração”, acrescentou.

O atletismo que sempre esteve na sua vida, pelo pai Rui Silva, pela mãe e treinadora Susana Cabral, mas também pelo avô Carlos Cabral, tem oferecido muita diversão à agora medalhada de bronze, agora coroado com este sucesso.

“Estava superfeliz de estar nas seis melhores, de ter uma oportunidade para mostrar o meu valor. Estava feliz e continuo feliz e acho que é isto que faz o atletismo: fazermos as provas e os treinos com alegria, porque, realmente, a felicidade traz mais felicidade”, disse.

A portuguesa dedicou a vitória à sua avó, Maria do Rosário: “Ela já não está entre nós, mas está dentro do meu coração”, afirmou.

Patrícia Silva conquistou este domingo a primeira e única medalha para Portugal na 20.ª edição dos Campeonatos do Mundo de atletismo ‘indoor’, a 17.ª de sempre.