
Presente no complexo de ténis do Jamor para participar no lançamento da campanha nacional do IPDJ Agora tu, Ativa-te, que visa incentivar, implementar e aumentar hábitos de vida ativos e mais saudáveis, se possíveis diários, para combater o sedentarismo e levar à atividade física ou até desportiva, que bem são diferentes, no final o secretário de Estado do Desporto Pedro Dias bem procurou falar do assunto, mas o castigo imposto pela Federação Internacional de Judo, de suspensão por um ano da federação portuguesa por dívidas que, até 2024, se situam nos 800 mil euros devido a cauções não pagas por dois Grand Prix de Portugal e um Mundial de juniores, era um assunto incontornável.
Assim como o facto dos seis judocas nacionais que vão disputar o Mundial de Budapeste, entre 13 e 19 de junho – Catarina Costa (-48 kg), Taís Pina (-70 kg), Patrícia Sampaio (-78 kg), Miguel Gago (-66 kg), Otari Kvantidze (-73 kg) e Jorge Fonseca (-100 kg) –, e todos a partir daí nas provas internacionais, terem de competir com dorsais da IJF e sem direito a hastear a bandeira ou tocar o hino nacional sempre que subam ao pódio ou ganhem.
«Relativamente a essa questão digo-lhe que, no dia 27 de março, fomos todos confrontados com uma situação inusitada, que foram buscas [por parte da polícia judiciária] a vários locais. Nomeadamente à federação de judo, ao Instituto Português de Desporto e Juventude, à residência do anterior presidente da federação de judo [Jorge Fernandes] e a um clube da região de Coimbra [JC Coimbra]», começou por recordar Pedro Dias.
«Já passaram 60 dias e, como é evidente, se temos a justiça, neste caso as entidades que têm competência para analisarem estas situações e que estão no terreno, como devem compreender, não posso fazer outras declarações que não sejam constatar os factos. Estes são os factos, não gostaríamos que fossem, mas são os que temos».
«Agora, de forma alguma e em nenhuma circunstância o Governo deixará de estar junto dos nossos atletas e da nossa federação para avaliar e ajudar a perceber o que é que se passou. Mas não posso fazer mais nenhum comentário além disso», foi justificando.
«Já tivemos alguns sinais há mais de 60 dias, mas é dentro deste enquadramento que devemos atuar, com muita tranquilidade para ajudar a resolver um problema que é da federação de judo, do País e, naturalmente, não gostamos nada que estas coisas aconteçam», acrescentou.
Mas gostava de ver um português medalhado no Mundial e, mesmo que não tocasse o hino, que não suba a bandeira quando estiver no pódio? «Acho que ninguém gostava. Agora, o que temos é que perceber o que é que motivou que uma decisão dessas tivesse acontecido por parte da federação internacional. E essa é uma competência que, neste momento, não tenho. Infelizmente. Mas tenho a de acompanhar, estar perto da federação de judo para perceber, mas há esferas que não são da nossa competência», respondeu o responsável pela tutela.
E o presidente da federação de judo já pediu uma reunião ou já falou consigo? «Temos falado com os presidentes das várias federações, quer o secretário de Estado, quer o presidente do IPDJ [Ricardo Gonçalves] e, ao que sei, de forma regular, também o presidente do Comité Olímpico [Fernando Gomes]. Essa é uma das nossas funções. Estamos juntos muitas vezes e falamos muitas vezes», concluiu Pedro Dias.
Igualmente na cerimónia encontrava-se o presidente do IPDJ Ricardo Gonçalves, que começou por referir que «agora é aguardar que as coisas se resolvam». «Acredito que as pessoas se entendendo e conversando todas haverá soluções e várias entidades estão a tentar. Acho que se conseguirá. Há um grande historial e, se calhar, não é hoje. É olhar mais para trás, ver e acreditar que, no futuro, a questão pode ser resolvida a contento de todos», disse, esperançado.