
Tadej Pogacar tem "uma vantagem confortável", mas lembra que ainda nada está decidido na Volta a França, após uma 12.ª etapa em que o ciclista belga Remco Evenepoel não se rendeu e acabou por salvar o pódio.
"Ainda nada está decidido", disparou o esloveno da UAE Emirates, após impor-se em solitário no alto do Hautacam, precisamente a subida que consumou a sua derrota no Tour2022 para o dinamarquês Jonas Vingegaard (Visma-Lease a Bike), que hoje foi segundo, a 2.10 minutos.
Após conquistar a sua 20.ª vitória em etapas na Grande Boucle e a terceira nesta edição, Pogacar frisou: "A etapa de 2022 estava na minha cabeça e agora fui eu a ganhar. Preparámos muito bem esta subida e isso facilita as coisas".
Após a 12.ª etapa, o corredor de 26 anos parece lançado para o tetra na prova, tendo já 3.31 minutos de vantagem sobre Vingegaard e 4.45 em relação a Evenepoel (Soudal Quick-Step), que ocupa o mesmo terceiro posto da geral que foi seu no pódio final da passada edição.
"É certo que tenho uma vantagem confortável, mas ainda falta muito. Amanhã [sexta-feira], há um contrarrelógio que é preciso enfrentar com boas pernas e, no dia seguinte, a jornada é ainda mais difícil", disse, referindo-se à 14.ª etapa, que tem no menu Tourmalet, Aspin e Peyresourde, antes da chegada a Luchon Superbagnères.
Apesar da arrasadora exibição de hoje, Pogacar afirmou que tem de continuar "com calma", embora mantendo o ritmo até 27 de julho: "Até cortar a meta em Paris, isto não acabou".
Quem demonstrou que até ao final nada está ganho ou perdido foi mesmo Evenepoel, com o duplo campeão olímpico a implodir no Col du Soulor, a uns 50 quilómetros do final dos 180,6 desde Auch, mas a nunca desistir, para ser sétimo na meta, a 03.35 minutos do vencedor.
"Alegro-me por não me ter rendido. Na primeira subida, não tinha as melhores sensações, por isso optei por seguir ao meu ritmo. Vou tentar recuperar bem e esperar que este tenha sido o meu pior dia", desabafou.
O líder da juventude reconhece que a diferença para Pogacar é "enorme", mas, comparativamente com os restantes favoritos, não está assim "tão mal".
"Estou contente por não ter desistido de tudo", insistiu, garantindo não estar preocupado com a aproximação de Florian Lipowitz, que hoje foi terceiro na etapa: "Tenho de centrar-me em mim, porque ainda estou à frente dele".
Enquanto Evenepoel espera consolidar a sua posição no pódio na sexta-feira, na cronoescalada de 10,9 quilómetros entre Loudenvielle e o alto de Peyragudes, hoje foi a vez de o alemão da Red Bull-BORA-hansgrohe assumir-se como grande candidato ao terceiro lugar final.
"Tentei a minha sorte, para ver como os outros estavam, e consegui uma vantagem. Depois, [...] tentei ver se o Primoz [Roglic] me alcançava", explicou Lipowitz, que, com o seu ataque na subida ao Hautacam, acabou por distanciar o seu companheiro esloveno.
Segundo o estreante na prova francesa, quer ele quer 'Rogla' tinham "carta branca" para fazer a sua corrida durante a primeira jornada pirenaica.
Terceiro no Critério do Dauphiné atrás de Pogacar e Vingegaard, o alemão de 24 anos é agora quarto na geral, a 05.34 minutos do camisola amarela.