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O rebentamento de um pneu durante uma ultrapassagem estará, segundo a Guardia Civil espanhola, na origem do acidente que vitimou o internacional português Diogo Jota, jogador do Liverpool, e o seu irmão, André Silva, jogador do Penafiel, na madrugada desta quinta-feira em Zamora, Espanha.
O carro em que seguiam os futebolistas de 28 e 26 anos, respetivamente, incendiou-se após o despiste. Os jogadores já se encontravam sem vida quando as equipas de socorro chegaram ao local.
De acordo com um comunicado enviado à agência Lusa, a Guardia Civil refere que está a investigar o acidente de viação, ocorrido às 00h30 locais (23h30 em Portugal Continental), no quilómetro 65 da A52, no município de Cernadilla, em Zamora.
As autoridades espanholas referem que a investigação levada a cabo pela Guardia Civil aponta para “o rebentamento de um pneu durante uma ultrapassagem”. Na sequência do acidente, o veículo incendiou-se e os dois ocupantes, Diogo Jota e o irmão, morreram. As investigações ainda decorrem, mas fontes da Guardia Civil apontam o excesso de velocidade, num trecho da autoestrada com limite máximo de 120 quilómetros por hora, como a causa mais provável do acidente.
Enquanto ainda se aguardam pelas conclusões definitivas das perícias, os primeiros indícios parecem indicar que o Lamborghini em que seguiam Diogo Jota e o irmão André Silva, terá sofrido um rebentamento num pneu, causando a perda de controlo do veículo e o consequente despiste para fora da via, apurou o Expresso junto das autoridades locais.
Diogo Jota era jogador do Liverpool há cinco épocas, somava 49 internacionalizações pela seleção nacional. Fez a sua formação no Gondomar e no Paços de Ferreira, representou por uma época o Futebol Clube do Porto, por empréstimo do Atlético de Madrid, que o voltou a ceder ao Wolverhampton, clube com que acabou por assinar e jogar durante três épocas.
Tinha casado a 22 de junho com Rute Cardoso, a sua companheira de longa data, e deixa três filhos com idades entre os sete meses e os quatro anos. O mundo do futebol está a reagir com consternação à partida precoce e inesperada do jogador português e do seu irmão. Do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, ao Primeiro-ministro, Luís Montenegro, passando pela Federação Portuguesa de Futebol, e colegas dos jogadores, somam-se as reações de pesar e consternação.
Estrada de risco
A autoestrada A-52 que liga Vigo a Portugal, onde esta madrugada ocorreu o acidente que vitimou os dois jogadores portugueses, é conhecida pelo mau estado do seu pavimento. Em maio do ano passado, o jornal El Correo de Zamora, denunciava que em menos de um mês, no troço de Sanabria, precisamente o local do despiste de Diogo Jota, o número de acidentes e avarias causados por buracos na via ultrapassou os 40, segundo dados do Ministério dos Transportes e Mobilidade Sustentável.
O artigo relata vários acidentes, um deles precisamente na zona de Palacios de Sanabria, ao quilómetro 70, onde uma família, com uma criança de seis anos, se despistou precisamente devido ao rebentamento de um pneu. Apesar do aparato, deste acidente resultaram apenas danos materiais. Destino diferente tiveram esta madrugada Diogo Jota e André Silva.
“O trecho que vai Lubían a Padornelo é um dos mais perigosos, tal como o trecho de Mombuey e Palacios. Embora os serviços de manutenção da rodovia realizem reparações regulares do pavimento, estas são ineficazes devido às más condições da superfície da estrada”, apontava o jornal na altura.