Quando foi contratado em 2001 pelo recém eleito Manuel Vilarinho, o médio ofensivo Roger chegou à Luz como uma das grande promessas do futebol brasileiro. Com 67 jogos disputados, 14 golos marcados e uma Taça de Portugal conquistada nas três épocas de águia ao peito, o antigo internacional canarinho regressou à Luz e ao Museu Cosme Damião, mostrando-se por dentro da atualidade dos encarnados.

"Acompanho sempre o Benfica. Como trabalho na comunicação no Brasil, apresento programas e trabalho nas grandes transmissões do futebol brasileiro, tenho de ter um olhar mais atento para o futebol brasileiro. Resta-me pouco tempo, mas sempre que consigo, principalmente nos grandes momentos de Liga dos Campeões ou dos clássicos do campeonato português, estou sempre atento", afirmou o 'Menino do Rio', em declarações à BTV, que tem um parceiro especial para torcer pelas águias. "Sento o meu filho todo equipado à Benfica ao meu lado para assistirmos juntos.  Joguei em outros clubes importantes no Brasil, mas o meu filho quer ver os jogos e vestir a camisola do Benfica. Ele poderia ter escolhido o Cruzeiro ou o Fluminense, mas tem uma atração especial pelo Benfica e já lhe prometi que o vou trazer aqui", revelou.

Questionado sobre o plantel atual e quais os elementos que poderão desequilibrar, Roger destacou dois nomes, sempre com boa disposição. "Destaco o Pavlidis, o nosso homem golo. Também gosto do norueguês, o carequinha, como é que ele se chama? Aursnes? Nome difícil (risos). Acho que ele é muito inteligente", sublinhou, considerando que "são esses dois jogadores que podem assumir a responsabilidade para conseguir o título desta época". "Apesar de esta reta final ser bem complicada, acho que o Benfica tem boas chances", frisou.

Convidado a partilhar as principais memórias que guarda dos tempos em que representou o Benfica, Roger abriu o coração. "Foram momentos bem difíceis porque era uma transição política e de estrutura física do clube. O estádio antigo a ser demolido ao mesmo tempo que o novo estava a ser construído. Hoje em dia o clube tem uma estrutura monumental, com o maravilhoso centro de treino no Seixal. Na nossa época não tínhamos lugar para treinar. A gente treinava no campo anexo ao estádio antigo e, quando aquele espaço foi demolido, tornou-se complicado. Não alcançámos os objetivos desportivos delineados, mas a gente reforçou a ligação entre nós. A conquista da Taça de Portugal 2003/04 e a perda do nosso companheiro Fehér, tudo isso criou um vínculo muito forte entre todos nós. São esses momentos que trago na memória", afirmou.

Aos 46 anos, Roger é uma cara conhecido do panorama audiovisual brasileiro. "No meu último ano de profissional no Cruzeiro comecei a faculdade em jornalismo. Não consegui terminar, mas ajudou-me bastante a aprofundar o conhecimento. Mesmo sem me ter formado, sinto-me um jornalista pois já passei por todas as fases desde comentador, fazer reportagem, escrever matérias e apresentar programas gravados e ao vivo. Fui aprendendo, crescendo e hoje já conduzo os programas de forma bem mais tranquila", contou o antigo médio ofensivo.

A encerrar, o brasileiro deixou uma mensagem bem humorada para os adeptos benfiquistas. "É de carinho e retribuição de carinho, tenho Portugal como segunda casa. Vinte anos depois de sair do Benfica e ainda ser reconhecido no táxi ou no restaurante. Adoro quando as pessoas me dizem 'aquele pé esquerdo'... eu respondo que 'ainda caminha com quase 50 anos'. A vida passa rápido, vou fazer 47 anos e este pé esquerdo já não é o mesmo. Não consegue bater aqueles livres bonitos, mas ainda me dá força para caminhar e buscar outros objetivos", frisou, acrescentando: "A minha vida é muito boa, graças a Deus, o Benfica faz parte dela e deu-me condições para ter uma vida boa. Por isso sou muito grato e tenho tanto carinho pelo clube."