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Triunfo por demais importante para as aspirações do AFS (0-1)! Na deslocação ao Estádio São Luís, os avenses regressaram às vitórias - cinco jogos depois -, afundaram o Farense na tabela e estão, por fim, fora da zona de playoff. Com gelo nas veias, Zé Luís aplicou a traição à sua antiga equipa no tempo de compensação e deixou os algarvios bem próximos do último lugar da Liga Portugal Betclic.
Pressionados pelos resultados positivos alcançados pela concorrência direta, nem por isso algarvios e avenses descortinaram o caminho para as redes adversárias durante o primeiro tempo. Ciente da aproximação do Boavista e galvanizado pela massa de adeptos, o Farense foi a equipa mais capacitada para chegar a zonas de perigo, tendo incomodado Guilhermo Ochoa por várias vezes.
Bons indicadores desabaram nos descontos
Bem apoiado na largura conferida por Derick Poloni e Pastor - incansáveis nas piscinas realizadas - e seguro defensivamente pela capacidade física e de leitura de Cláudio Falcão, o conjunto anfitrião terá certamente deixado Tozé Marreco satisfeito com o que viu, sobretudo nos momentos de colocar em causa as redes adversárias.
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Muito interventivo desde a meia esquerda, Yusupha Njie evidenciou-se por várias vezes no jogo aéreo e apimentou as incidências com as duas melhores situações da sua equipa - a segunda delas fez mesmo tremer Ochoa. Apesar dos sustos, o AFS manteve-se demasiado inoperacional nos momentos com bola, mas foi capaz de equilibrar. Rodrigo Ribeiro deu o primeiro sinal disso mesmo ao deixar as luvas de Ricardo Velho a arder, perto da meia hora, enquanto Lucas Piazón ameaçou silenciar o São Luís num momento em que Ricardo Velho mostrou o porquê de ser apontado a altos voos.
Finda a primeira parte, as razões para Tozé Marreco e restante comitiva algarvia sonharem com os três pontos era legitimada pela postura dos onze homens dentro das quatro linhas. No entanto, o destino foi outro...
Revelador da mesma faceta pressionante que foi causando dificuldades ao AFS na saída a jogar, o Farense parecia embalar para um golo que se adivinhava inevitável.
Yusupha voltou a pecar na mira, Miguel Menino esbarrou na competência habitual de Ochoa e Rui Costa - entrou no decorrer da etapa juntamente com outros nomes como Elves Baldé ou Marco Matias - levou as mãos à cabeça novamente por culpa de uma defesa arrepiante do internacional mexicano.
Já com Gerson Rodrigues - saiu lesionado, tal como Aderllan Santos na primeira parte - e Fernando Fonseca em campo, o AFS aproveitou a quebra física dos algarvios, cresceu como nunca e selou a vitória na compensação.
Velho, tantas vezes herói, saiu em falso de entre os postes, derrubou John Mercado à margem das leis e David Silva - no recurso ao VAR - apontou para a marca de onze metros de onde Zé Luís não perdoou. Consumava-se a traição do internacional cabo-verdiano.