
Vasco Faísca escreveu na madrugada desta quinta-feira uma das páginas mais gloriosas do clube que treina, o Puerto Cabello, da Venezuela, e em paralelo uma das mais tristes da história do Vasco da Gama, derrotado por sonoros 1-4 para a Copa Sul-Americana. No clube de Nuno Moreira, sem treinador há 11 dias, comandado pelo interino Felipe Loureiro, o alarme de incêndio disparou de vez.
«Não podemos culpar só o treinador, já passaram vários, não podemos culpar só o presidente, a culpa é nossa, dos jogadores», disse o argentino Vegetti, no final do jogo, à ESPN. «Cometemos muitos erros individuais, temos de ser autocríticos, a nossa camisola é muito grande», completou. Paredes, dois golos, Guerrero e Padrón marcaram para o vencedor e o ex-benfiquista João Victor para o Vasco.
Após a chegada da equipa ao Brasil, o presidente Pedrinho avançou nas negociações com Fernando Diniz, provável novo treinador do clube que terá a tarefa de apurar o Vasco para a fase seguinte da Sul-Americana, mesmo estando, após quatro jornadas, a três pontos do Lanús, hoje no primeiro e único lugar com acesso direto aos oitavos de final. No Brasileirão, os cruzmaltinos estão em 14.º com os mesmos pontos do 17.º.
«Neste momento, o Vasco não tem treinador, nem presidente, nem equipa, nem os craques Philippe Coutinho ou Payet correspondem, o clube está em frangalhos, os pequenos já não o respeitam e os grandes estão noutro patamar», criticou Gustavo Villani, do canal SporTV. Se todos os grandes clubes brasileiros (e mundiais) passam por crises, a do clube da colónia portuguesa do Rio de Janeiro atravessa a mais longa.
O último Brasileirão e a única Libertadores foram ganhos no milénio passado. Desde 2016, nove edições, que o clube não vence o estadual do Rio de Janeiro. A última vitória no Brasileirão sobre o maior rival, o Flamengo, foi há 10 anos. Ao Palmeiras, que ao lado dos rubro-negros vem dominando o futebol local, não vence no mesmo período para qualquer competição.