
Numa conferência de imprensa na sede nacional do PSD, em Lisboa, o membro da Comissão Política Nacional dos sociais-democratas e ministro das Infraestruturas, Miguel Pinto Luz, manifestou, em nome da AD, as condolências à família da mulher de 77 anos que terá morrido durante o corte geral de energia que afetou o país na segunda-feira.
"Soubemos hoje que o Ministério da Saúde teve conhecimento desta situação ontem, dia 1 de maio, tendo já sido pedido ao IGAS a abertura de uma auditoria para o cabal esclarecimento deste caso. A AD congratula-se com esta decisão, pois esta infeliz morte tem de absolutamente ser explicada", acrescentou.
Pinto Luz disse também que "os tempos de campanha são pouco propícios à moderação do espaço público" e apelou aos adversários políticos que tenham a "máxima ponderação neste tema" e "evitem os aproveitamentos políticos demagógicos e populistas", criticando a "narrativa de que o Governo agiu tarde ou não comunicou".
O social-democrata salientou que o país restabeleceu o fornecimento elétrico mais rapidamente do que Espanha e garantiu que "o Governo nunca se escondeu, deu sempre a cara".
Para o ministro, é "tempo de aprendizagem", de investigar as causas do apagão, mas também de "avaliar a resposta de vários setores, as falhas e os pontos de melhoria a implementar".
O Ministério da Saúde anunciou na quinta-feira que ordenou uma averiguação das circunstâncias da morte de uma mulher septuagenária que estava ventilada e que terá morrido, alegadamente, em consequência do apagão de segunda-feira.
O caso da mulher de 77 anos foi avançado pela RTP. Na reportagem emitida no canal público, a família relatou que a mulher, que estava ventilada em casa, morreu no dia do apagão, alegando que a morte se deveu à falta de energia.
O INEM esclareceu hoje que "foi dada a resposta habitual" no socorro a uma mulher ventilada que terá morrido devido ao apagão e que os bombeiros chegaram 23 minutos após a chamada de emergência.
Questionado sobre o grupo de trabalho criado pelo Governo para para "a substituição urgente" da rede SIRESP, após esta ter falhado na segunda-feira durante o apagão de energia, Pinto Luz sublinhou que este é um tempo de reunir com todas as entidades para chegar a uma solução para o sistema de comunicações.
"Um Governo em gestão não é um Governo parado. É um Governo que tem que exigir e tem que apresentar soluções aos portugueses perante adversidades. Esta é uma adversidade (...). O SIRESP mais uma vez falhou, foi público e notório e, portanto, este Governo agiu nesse sentido", atirou, depois de ser questionado sobre se esta decisão, tomada a 16 dias das eleições e com um prazo de 90 dias, não pode ser encarada como propaganda.
Questionado sobre a polémica em torno da divulgação dos novos dados disponibilizados pelo primeiro-ministro no seu registo de interesses, Pinto Luz absteve-se de comentar, referindo que a conferência de imprensa visou apenas para falar do apagão que atingiu o país.
TYRS (JML/SO/SCA) // SF
Lusa / Fim