
O Banco Montepio registou nos primeiros três meses de 2025 um aumento do lucro para 34,2 milhões de euros, registando "um crescimento do negócio, uma melhoria contínua da qualidade dos ativos e da gestão de risco" que “impulsionaram um aumento dos resultados e consolidam a posição do banco no mercado”, de acordo com uma nota distribuída à imprensa
O banco liderado por Pedro Leitão, teve ainda uma rendibilidade bruta do capital próprio de 10,6% (mais 0,5% do que em igual período de 2024).
Tal como tem acontecido nos resultados trimestrais de outros bancos, a margem financeira (diferença entre juros cobrados no crédito e juros pagos nos depósitos dos clientes) encolheu, apesar do aumento do crédito bruto no período em análise.
Dados divulgados esta quarta-feira pelo banco sublinham que "a margem financeira dos primeiros três meses de 2025 ascendeu a 85,6 milhões de euros" o que compara com os 99,2 milhões de euros registados em igual período de 2024.
Em comunicado o banco explica que "esta evolução foi essencialmente determinada pelos maiores custos de financiamento com a subida dos juros de depósitos pagos a clientes e da dívida emitida, num total de 5,3 milhões de euros, o que, em ambos os casos, refletem um maior nível de captação de recursos, pela redução de 25,4 milhões de euros nos juros recebidos do crédito a clientes induzida pelo efeito da refixação da taxa de juro dos contratos".
Mais, explica o Montepio, estas duas equações, " foram parcialmente mitigados pelo aumento das aplicações efetuadas em títulos (+4,1 milhões de euros) e pela variação positiva de 11,2 milhões de euros do impacto líquido das tomadas e cedências de fundos de outras instituições de crédito".
Por seu turno, para o banco presidido por Pedro Leitão, as comissões líquidas aumentaram 8,6% de 30,3 milhões para 32,9 milhões de euros, que o banco diz ter acontecido, "essencialmente, pelo incremento da atividade comercial e expansão do negócio".
Já os custos operacionais registaram uma subida de 64,3 milhões de euros nos primeiros três meses de 2024 para 70,8 milhões de euros em 2025, o que lê-se no comunicado traduz "acréscimos dos custos com pessoal, gastos administrativos e das depreciações e amortizações".
Mais crédito e mais depósitos
O Banco Montepio refere que "a atividade comercial evoluiu favoravelmente no primeiro trimestre de 2025, com destaque para o aumento do crédito a clientes (bruto) e dos depósitos em 1,3% e 2,0%, respetivamente.
"Os depósitos de clientes atingiram novo máximo histórico de 15,25 mil milhões de euros, traduzindo um crescimento homólogo de 11,7%".
Um dos aspetos positivos, refletiu-se no fato do aumento do crédito ter sido acompanhado de "uma redução das exposições não produtivas (NPE) em 7 milhões de euros (-2,6%), tendo o rácio de NPE permanecido nos 2,1%".
Os Recursos totais de clientes, que englobam os depósitos e recursos fora de balanço (fundos de investimento entre outros), aumentaram para 16,7 mil milhões de euros, ou seja mais 2,3%, e destes 90,4% correspondem a depósitos.
"A reversão de imparidades e outras provisões, em termos líquidos, situou-se em -10,5 milhões de euros e os impostos em 10 milhões.
Nos primeiros três meses do ano "as imparidades de crédito registaram uma reversão de -12,3 milhões de euros, por comparação à dotação de 1,7 milhões de euros apurada no período homólogo de 2024", refere o comunicado. Para isso contribuiu, "a melhoria e evolução da qualidade da carteira de crédito, que se traduziu num custo do risco de crédito de -0,4% no primeiro trimestre de 2025 face aos 0,1% registados no final de março de 2024".
O banco sublinha ainda que "o agregado da imparidade de outros ativos financeiros, de outros ativos e das Provisões líquidas de reposições e anulações totalizou 1,8 milhões de euros nos primeiros três meses de 2025, face aos 2,8 milhões de euros contabilizados no período homólogo de 2024, consubstanciando a evolução das imparidades para imóveis de negociação e para outros ativos e devedores, bem como a redução de outras provisões".
O rácio de capital total situou-se nos 19,4% e o rácio Common Equity Tier 1 (CET1)1 nos 16,2%. Estes rácios, sublinha o banco foram "apurados incluindo os resultados líquidos acumulados do período, deduzidos de potenciais distribuições de resultados estimadas".