O CaixaBank, maior grupo financeiro doméstico em Espanha, acredita que vai conseguir crescer mais em Portugal, a nível de crédito e de depósitos, do que aconteceu desde 2016. O grupo catalão com sede em Valência espera que o Banco BPI, que detém a 100%, venha a crescer cerca de 4% ao ano ao nível de volume de negócios até 2027, acima do histórico de 3% desde que ficaram maioritários no banco português.
Será esse crescimento de 4% a perspetiva de expansão de todo o grupo bancário no mesmo período, segundo o plano estratégico que o CaixaBank apresentou esta terça-feira, 19 de novembro, ao mercado. No anterior plano estratégico, o objetivo era atingir um crescimento em torno de 2% no volume de negócios (crédito mais recursos de clientes, como depósitos ou fundos de investimento) no período 2022-2024, que foi conseguido.
O crescimento em Portugal e Espanha será orgânico, sem aquisições de outros bancos, segundo o que se conclui da apresentação. “Foco no crescimento e na transformação para continuar o sucesso em Portugal”, é o título da página dedicada ao BPI dessa apresentação, onde aponta para a “aquisição de clientes”, e não de bancos, e para a expansão de quotas de mercado (o BPI é o mais pequeno entre os cinco maiores bancos).
O CaixaBank, que adquiriu nos últimos anos o Bankia em Espanha, tem sido sempre apontado como um dos potenciais compradores da região ibérica: é recorrentemente falado como possível interessado no Novo Banco, e a agência Reuters noticiou este ano que foi abordado pela Fosun para abre se estaria disponível para comprar a sua posição no BCP.
Aliás, o próprio grupo bancário não antecipa compras porque, se tiver capital em excesso, é para distribuir pelos seus acionistas: caso cumpra os objetivos, o CaixaBank espera distribuir entre 50% a 60% dos lucros anuais. A meta é ir obtendo um rácio de capital (exigente) de 11,5% a 12,5%, mas acima deste último, alcançando-o, considerará “excesso de capital” e haverá distribuição adicional de dividendos.
Mais pormenores serão transmitidos pelo presidente do grupo, Gonzalo Gortázar, em conferência de imprensa, a realizar-se em Madrid esta terça-feira.