Depois de a campanha de 2023 ter sido considerada um fracasso, a de 2024 foi mais rentável para os produtores e para o Estado, apesar de não se ter confirmado a expectativa de 200 mil toneladas de produção, disse à Lusa o diretor-geral do Comércio.
Lassana Faty adiantou que a produção se ficou pelas 178 mil toneladas, 163 mil das quais foram exportadas.
O Governo fixou o preço mínimo pago ao produtor por quilo de castanha de caju em 300 francos cfa (0,46 euros), mas o valor chegou a duplicar, com o preço médio a atingir os 570 francos cfa (0,87 euros), segundo os dados avançados à Lusa.
De acordo ainda com o Governo, participaram nesta campanha 49 empresas e mais de 1.700 intermediários de postos (aqueles que compram diretamente ao produtor).
A campanha foi mais rentável para os produtores e também para os cofres do Estado com um aumento dos contratos de exportação, disse.
Esta foi a melhor campanha dos últimos cinco anos, segundo o balanço feito pelo Governo, que assinalou hoje o encerramento da campanha de comercialização da castanha de caju 2024, iniciada a 15 de março.
Na cerimónia esteve o primeiro-ministro, Rui Duarte Barros, para quem a campanha que agora termina "representa muito mais que números e volumes comercializados".
"A castanha de caju não é apenas um produto agrícola, é uma fonte de sustento para milhares de famílias e o pilar da economia da Guiné-Bissau", declarou.
O ministro do Comércio, Orlando Mendes Vegas, destacou que a castanha de caju "é a atividade económica mais importante do país, sendo um produto estratégico da economia nacional, representando 90% de todas as exportações do país".
Esta produção, disse, gera emprego sazonal e contribui para a arrecadação de receita do tesouro público, através das taxas e impostos tributados aos operadores.
O desafio mais crítico desta campanha foi a fraca participação do setor bancário nacional no financiamento dos operadores, apontou o secretário-geral interino da Câmara de Comércio, Indústria, Agricultura e Serviços (CCIAS), Saliu Bá.
"A principal justificativa dos bancos tem sido a dificuldade de obtenção de garantias, a morosidade do sistema de justiça na resolução de litígios e volatilidade dos preços fixados pelo Governo", apontou.
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